Uso de equipamentos para retirada de escombros só será feita, inicialmente, no entorno do prédio. Trabalhos devem durar uma semana. Até as 20h30, 43 pessoas ainda não haviam sido localizadas e uma estava desaparecida.
O porta-voz do Corpo de Bombeiros, capitão Marcos Palumbo, afirmou na tarde desta terça-feira (1°) que a corporação vai levar 48 horas para começar a mexer na estrutura do edifício de 24 andares que desabou em incêndio nesta madrugada no Centro de São Paulo. Os trabalhos no local devem durar uma semana.
O prédio era ocupada por 372 pessoas, de 146 famílias, segundo o Corpo de Bombeiros. Dessas, 43 pessoas ainda não foram localizadas –o que não significa necessariamente que todas estivessem no prédio.
Além delas, há uma pessoa desaparecida: trata-se de um homem que estava sendo resgatado por bombeiros no momento do desabamento do prédio. Também não há informação sobre possíveis mortos. Um bombeiro que tentou resgatar o morador disse que se tivesse mais 30 ou 40 segundos teria conseguido salvá-lo.
Segundo Palumbo, durante as buscas por possíveis feridos e na retirada de escombros nas primeiras 48 horas, o uso de equipamentos como retroescavadeiras só será feito na área do entorno da edificação. Na área que envolve a estrutura do prédio, serão feitos, inicialmente, somente trabalhos manuais para garantir a segurança dos bombeiros e de possíveis feridos.
“Em 48 horas, não vamos mexer na parte estrutural, só limpeza no entorno do local. É necessário fazer esse tipo de atuação, porque se não fizer, uma retroescavadeira pode bater lá dentro e afetar as estruturas”, disse Palumbo.
Nesta primeira fase, o trabalho dos Bombeiros vai se concentrar na refrigeração da estrutura que caiu. Após 48 horas, vão começar a mexer nos escombros com o maquinário, mesmo assim, de forma delicada para não afetar possíveis sobreviventes. Enquanto isso, as buscas serão feitas com cães farejadores e sensores de calor.
‘[O prazo de 48 horas] é um prazo estabelecido até por órgãos internacionais, para que a gente não mexa lá dentro pela possibilidade de vítima […]. A gente não pode tirar os escombros de forma aleatória”, disse.
“O próprio concreto está muito quente. A edificação está em movimentação… Se removo parte de concreto, de tijolo, tem risco de partes superiores desabarem em cima dos bombeiros.”
MP investiga
Após o desabamento, o Ministério Público de São Paulo reabriu a investigaçãosobre as condições estruturais do prédio. A promotoria de Habitação e Urbanismo havia pedido, em 16 de março deste ano, o arquivamento do inquérito após a Defesa Civil ter feito uma vistoria no prédio de 24 andares e afirmar que não havia risco estrutural na edificação.
O arquivamento havia sido pedido pelo promotor Marcus Vinicius Monteiro dos Santos. No documento, ele mencionava que “não foram constatadas anomalias que implicassem riscos naquela edificação, embora a instalação elétrica estivesse em desacordo com as normas aplicáveis, assim como o sistema de combate a incêndio”.
A Defesa Civil fará vistoria em 70 imóveis ocupados em São Paulo para saber em que condição estão.
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