À espera dos R$ 600 e sem trabalho, casal prioriza contas essenciais

PUBLICIDADE

Pedido da trabalhadora informal ainda estava “em análise” no cadastro da Caixa até a tarde desta segunda; e companheira está de férias antecipadas.

Por Silas Pereira, G1 Vale do Paraíba e Região

Na casa de Caroline Santos e Priscila Rodrigues, em Jacareí, nem todas as contas serão pagas neste mês. E também há dúvidas e incertezas sobre os próximos meses. Em meio à pandemia de coronavírus, o casal estuda alternativas para priorizar contas essenciais e negociar outras dívidas.

Caroline trabalha na área de telecomunicações em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. O shopping onde trabalha está fechado desde 17 de março. Ela precisou antecipar as férias. E também tirar mais 10 dias extras de férias até o dia 10 de maio, quando se encerra o isolamento social no estado de São Paulo.

“Trabalho no atendimento ao cliente. E com o shopping fechado, sem clientes na loja física, eu estou parada. Fica um clima de incerteza e uma torcida muito grande para que tudo isso possa passar logo”, conta Caroline.

“Fico olhando para os boletos, as contas. É difícil. O que fiz foi segurar bem o dinheiro das férias antecipadas que recebi. Mas sem trabalhar fico sem receber comissões, então reduz bem o salário. Já sei que ali na frente vai complicar mais”, acrescentou.

O caso de Priscila Rodrigues é o do auxílio emergencial para trabalhadores informais, sem carteira assinada. Ela trabalha com entregas e fez o pedido do auxílio de R$ 600 ao governo, através do site da Caixa.

No primeiro dia de cadastro, Priscila já foi ao site com os documentos para realizar o pedido. O problema é que, até agora, não obteve nenhum retorno. O cadastro seguia com status “em análise” até o fim da tarde desta segunda, como mostra a foto acima.

“É complicado porque o trabalho informal neste momento de pandemia precisa muito dessa ajuda. As validades das nossas contas não esperam. O boleto não tem análise”, conta a motogirl.

“Vamos pagar o empréstimo da moto. Porque os juros são muito altos. E estamos tentando negociar o aluguel do nosso apartamento”, explica Caroline.

Situação de Priscila ainda está em análise no aplicativo da Caixa — Foto: Arquivo Pessoal

Pedido em análise

O Ministério da Cidadania informou na quinta-feira (23), em nota à imprensa, que os trabalhadores que se cadastraram no aplicativo Auxílio Emergencial da Caixa Econômica Federal (CEF) entre os dias 7 e 10 de abril, e que até o momento não foram confirmados como elegíveis, podem retornar ao aplicativo e revisar seu cadastro.

Segundo o governo, foi feita uma nova atualização do aplicativo para facilitar novos cadastramentos e a revisão dos cadastros já realizados, que por diversas razões, não tiveram a sua elegibilidade confirmada.

Na nota, o ministério reforça que todas as pessoas que “forem elegíveis de acordo com a lei irão receber”.

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT