A polícia prende e a justiça solta. Será?!

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Há vários anos, o antigo programa Casseta & Planeta, Urgente!, que era transmitido pela Rede Globo, fez uma piada muito demonstrativa daquilo que denominamos de imaginário social brasileiro do “prende e solta”. A piada era a seguinte: “Batman prende o Coringa, mas Justiça manda soltar!”.

Em meio à violência por que passa o Brasil, com números saltitantes em relatórios e dossiês que revelam o aumento de assassinatos e a superlotação nas penitenciárias, a sociedade cunhou uma expressão muito comum quando se assiste pela televisão ou se lê em postagens nas redes sociais histórias em que bandidos são soltos depois de presos e voltam a cometer crimes: “a polícia prende e a Justiça solta”. Na rotina de delegacias, é comum um policial prender autores de crimes em flagrante, levá-los à delegacia e, em audiências de custódia, serem soltos ou terem o pedido de prisão preventiva negado por juízes.

“Enxugar gelo é uma expressão comum entre os policiais quando se referem a prisões e solturas de criminosos. Com isso, revelam frustração frente a uma situação que também incomoda a sociedade – ver bandido no mesmo convívio social e reincidindo no crime”.

Há vários anos, o antigo programa Casseta & Planeta, Urgente!, que era transmitido pela Rede Globo, fez uma piada muito demonstrativa daquilo que denominamos de imaginário social brasileiro do “prende e solta”. A piada era a seguinte: “Batman prende o Coringa, mas Justiça manda soltar!”.

O imaginário da população brasileira e de alguns integrantes das instituições estatais que lidam com o fenômeno da criminalidade crê que existe uma cultura em nosso sistema de justiça criminal em que “a polícia prende e a justiça solta”. Ou seja, consideram que a polícia embora cumpra sua função – de prender os “bandidos” – acaba vendo-a frustrada, pois os magistrados deixam os criminosos soltos nas ruas, fomentando a impunidade dos delinquentes. Em suma: é a crença no discurso de que “a polícia prende os criminosos e o Poder Judiciário libera-os da prisão”.

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