Abastecimento de carne de aves e suínos pode levar até 2 meses para voltar ao normal depois da greve, diz ABPA

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Em meio à paralisação dos caminhoneiros, mais de 1 bilhão de animais não estão recebendo ração suficiente; 64 milhões de aves já foram mortas, e mais devem ser sacrificadas por risco de canibalização, diz associação que representa o setor.

O abastecimento de carne de aves e suínos pode demorar até dois meses para se normalizar depois que for encerrada a greve dos caminhoneiros. A estimativa foi divulgada neste domingo pela entidade que representa o setor, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Segundo a associação, até agora 64 milhões de aves adultas e pintinhos já morreram. “A associação lamenta anunciar que a mortandade animal já é uma realidade devido à falta de condições minimamente aceitáveis de espaço e quantidade de ração”, disse em nota.

O número de animais que não estão recebendo alimentação suficiente por falta de ração é de 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos. Com isso, há risco de canibalização entre os animais. Em várias cidades, já há relatos de dificuldades de abastecimento.

Estoque de frios está no fim em supermercados de Maceió que recebem carregamento do Recife (Foto: Cau Rodrigues/G1)

Estoque de frios está no fim em supermercados de Maceió que recebem carregamento do Recife (Foto: Cau Rodrigues/G1)

A previsão é que uma grande quantidade de animais seja sacrificada, em cumprimento às recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal e das normas sanitárias vigentes no Brasil.

Milhares de frangos morreram em granjas na BA (Foto: Divulgação/ABA)

Milhares de frangos morreram em granjas na BA (Foto: Divulgação/ABA)

Frigoríficos parados

A greve levou à suspensão das atividades em 167 unidades de produção de carne suína e de aves. O número representa mais de 234 mil trabalhadores com suas atividades interrompidas.

Além do mercado interno, há impacto ainda nas exportações de carne. Até agora, ainda de acordo com a ABPA, 100 mil toneladas de carne de aves e de suínos deixaram de ser exportadas. A entidade estima que o impacto seja de US$ 350 milhões.


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