Acidentes com motos usam 77% das indenizações do DPVAT

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Nos manuais de proprietários de motocicletas vendidos no exterior, é sempre recomendado não andar no corredor, passando entre os carros.

Por Estradas – O portal de Rodovias do Brasil

Apesar das motos representarem apenas 29% da frota nacional, os acidentes com estes veículos consomem 77% das indenizações pagas pelo DPVAT – Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres. Sendo que das indenizações pagas para condutores e passageiros de motos, 71% são por invalidez permanente e 8% morte.

Enquanto a indústria fatura vendendo motos, fazendo lobby para tentar evitar o uso seguro das mesmas, sem nenhuma preocupação com a formação dos condutores, os jovens morrem ou ficam inválidos. Nas rodovias os acidentes são ainda mais violentos pela presença de muitos veículos pesados e pela velocidade praticada.

Na noite de sexta-feira (21), dois jovens que estavam numa moto de baixa cilindrada na BR-101 em Santa Catarina, teriam caído na pista e um caminhão que vinha logo atrás não teria conseguido desviar a tempo e acabou passando por cima dos dois. Infelizmente, esses jovens passam a fazer parte da estatística e a imprensa logo vai noticiar outro caso.

Mas para as famílias o drama é eterno. Para o caminhoneiro uma situação terrível que fará parte dos seus pesadelos. A sociedade parece esquecer que são seres humanos e não apenas números envolvidos nos acidentes.

O estímulo ao uso de motos no Brasil, sem nenhum critério ou preparação adequada dos condutores, é um crime. Para a indústria de motocicletas o que importa é faturar. A publicidade ilude, mostra sempre pista livre e jamais deixa claro os riscos, a importância do uso de equipamentos de segurança.

Nos manuais de proprietários de motocicletas vendidos no exterior, é sempre recomendado não andar no corredor, passando entre os carros. Afinal, é uma sucessão de pontos cegos. Aqui é vendido como um diferencial da moto. Motos de baixa cilindrada sequer deveriam circular em rodovias com veículos pesados em alta velocidade, onde um motociclista pode cair até com o deslocamento do ar causado por uma carreta.

Mas basta pegar qualquer estrada para ver os risco que esses jovens correm, sem contar os que não tem o menor preparo para pegar uma rodovia. O Brasil precisa priorizar preservar vidas no trânsito.

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