Postagem foi feita após Ministério Público confirmar que está ouvindo depoimentos de possíveis vítimas; Diógenes Mira tem instituto de terapias alternativas em Piracicaba (SP).
Por G1 Piracicaba e Região
O guru Diógenes Mira, conhecido como Ananda Joy, acusado de abuso sexual e estupro, se manifestou sobre o caso através de uma rede social. No comunicado, ele disse que, apesar de ainda não ter sido intimado sobre as denúncias, já acionou advogados para defendê-lo e agradeceu o apoio de seguidores. A defesa do guru afirma que ele é inocente.
Mira tem um instituto de terapias alternativas em Piracicaba (SP) e ministrava sessões com o uso do chá da Ayuaska, o chá de Santo Daime, além de cerimônias tântricas.
A postagem desta terça-feira (29) veio após o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) confirmar, na segunda-feira (28), que está ouvindo os depoimentos de possíveis vítimas do guru.
No comunicado, o guru disse que, diante das notícias divulgadas nos últimos dias, não teve outra alternativa a não ser solicitar uma “defesa técnica”, acionando um escritório de advocacia para defendê-lo. Ele ainda comentou sobre a repercussão do caso.
“Agradecemos todas as mensagens de apoio, compreendemos as mensagens que não apoiam”, diz na postagem.
O guru destacou ainda que, até o momento, não recebeu nenhuma intimação, “judicial ou inquisitorial”, sobre o caso. E finalizou dizendo que, “com o intuito de poupar a integridade física e psicológica de meus familiares”, vai se manifestar somente pelos advogados.
Denúncias de abuso
Segundo reportagem publicada pelo Jornal O Globo no dia 23 de janeiro, o guru foi denunciado por abuso sexual por três mulheres.
Os abusos relatados para o Jornal O Globo teriam ocorrido entre 2009 e 2015. O veículo ouviu quatro mulheres. Uma das vítimas disse que participou de uma dança para curar traumas e bloqueios com carinhos e toques. Em determinado momento, Mira a abraçou e, sem tirar as roupas, esfregou o órgão sexual nela.
Outra relatou que, em uma das vezes, durante uma relação sexual Mira, teria proposto uma prática que ela não concordou e pediu para que ele parasse, mas ele continuou mesmo assim.
Segundo a reportagem do Globo, as mulheres contaram que se sentiram coagidas, ou pelo discurso espiritual de Mira ou pela força física, a fazer sexo com ele.
Uma das mulheres informou ao jornal que, por muito tempo, entendeu que os supostos abusos seriam parte da cura a que ela estava submetida.
Já outra disse que a posição de mestre e sábio de Mira permite que haja manipulação e que ele se aproveita disso para satisfazer vontades pessoais sob o argumento de que se trata de um trabalho espiritual.
MP apura denúncias
Na segunda-feira, o MP-SP informou que os depoimentos são sigilosos e não confirmou o número de pessoas que procuraram o órgão.
“Várias vítimas procuraram o MPSP para relatar atos de abuso sexual que teriam sido praticados pelo indivíduo Diógenes Cesar Gomes Mira, conhecido como ‘Ananda Joy’. Essas vítimas estão sendo ouvidas em caráter sigiloso”, informou o MP-SP.