Por maioria, júri decidiu pela condenação e reconheceu qualificadoras, dentre elas a premeditação. Crime aconteceu em agosto de 2017, quando a bancária Débora Goulart foi atacada em casa pelo o ex, Ailton Basílio. Após ficar mais de um mês foragido, ele foi preso no RJ.
O homem acusado de matar a ex-mulher a facadas em agosto de 2017, em Tupã (SP), foi condenado na tarde desta segunda-feira (9) a 27 anos de prisão, em regime inicial fechado. A sentença foi lida pelo juiz Fábio José Vasconcelos no fim da tarde no fechamento da sessão do Tribunal do Júri, que começou pela manhã, às 9h, no fórum da cidade.
Segundo a sentença, definida por maioria dos votos de um corpo de jurados formado por cinco mulheres e dois homens, a condenação de Ailton Basílio levou em consideração o conjunto de qualificadoras do crime de homicídio, como o feminicídio, o uso de meio cruel e, em especial, a premeditação.
Segundo o juiz destacou na leitura da sentença, o fato do agora condenado ter feito saques em dinheiro às vésperas do crime e ter avisado sua sogra que ela “ganharia um presente especial de aniversário” confirmam a premeditação. O crime aconteceu no dia do aniversário da mãe da vítima.
Aílton Basílio foi condenado por matar a bancária Débora Goulart, na época com 34 anos, com três facadas no peito. Aílton e Débora foram casados por 10 anos e, segundo as investigações, ele não aceitava o fim do relacionamento.
No dia do crime, em 21 de agosto de 2017, ele atacou Débora quando ela chegava em casa após o trabalho. Depois do crime, fugiu com o carro da vítima. Imagens registraram o veículo na Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros e uma testemunha viu o carro estacionado na rodoviária de Maringá (PR).
A partir daí, a equipe da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), comandada pela delegada Milena Davoli, começou a seguir as pistas para localizar o acusado. Aílton acabou preso no dia 27 de setembro de 2017 em uma pousada em Terezópolis, na região serrana no Rio de Janeiro, após ser flagrado por câmeras de segurança do aeroporto de Foz do Iguaçu, onde pegou o voo para o Rio de Janeiro.
No dia em que foi preso ele confessou para a delegada que matou Débora mas não explicou os motivos. Durante o depoimento na delegacia, ele permaneceu em silêncio. O acusado está preso em Caiuá.
Crime premeditado
Desde início das investigações, o ex-marido de Débora foi apontado pela polícia como principal suspeito, pois testemunhas afirmaram que ele foi a última pessoa que ela viu ainda viva. A digital do suspeito também foi encontrada na faca com sangue utilizada no crime. Aílton fugiu e deixou a faca cravada no peito da vítima.
Segundo a delegada, há indícios de que o suspeito tenha premeditado o crime. Milena conta que Débora foi morta no dia do aniversário da mãe dela e, em depoimento à polícia, a mulher contou que dias antes do crime, os três estavam juntos e Débora lembrou que o aniversário da mãe estava chegando quando Aílton teria dito que daria um presente inesquecível para a sogra.
“Isso demonstra que ele estava planejando o crime. Além disso, amigas contaram que no dia do crime Débora chorou várias vezes no trabalho e chegou a dizer para elas que estava em pânico, com medo que algo acontecesse”, afirma.
No dia do crime, Aílton esperava a vítima na casa dela, segundo as investigações. Imagens da câmera de segurança que fica próxima a casa de Débora, registraram a bancária chegando em casa no dia 21 de agosto à tarde. E horas depois, Aílton saindo do imóvel e entrando no carro da vítima.
O corpo dela foi encontrado no dia seguinte, depois que duas amigas de Débora decidiram ir até a casa dela, pois ela não atendia as ligações. O caso gerou revolta dos familiares e amigos, que realizaram uma passeata no dia 26 de agosto.