Adequação cultural do candidato é ‘mais importante que bom currículo’, aponta pesquisa

PUBLICIDADE

Maior dificuldade está em encontrar profissionais com mesmos valores e comportamentos da organização

Encontrar profissionais com currículos e competências que agradam o contratante já não é a maior dificuldade das empresas. Segundo pesquisa da Lee Hecht Harrison (LHH), consultoria multinacional especializada em transição de carreira e desenvolvimento profissional com sede em Campinas (SP), diretores de recursos humanos elegeram a adequação cultural do candidato como o grande desafio na hora de contratar.

Segundo a diretora, os processos seletivos passaram a visar mais os valores do candidato e se eles estão de acordo com o comportamento da organização. “É uma qualidade sutil, que é difícil de identificar e avaliar, porque isso é muito inerente ao indivíduo” aponta.

Coforme a pesquisa, que contou com a avaliação de 277 diretores de empresas de médio e grande porte das Américas do Norte e Latina, Europa e Ásia-Pacífico, nos próximos três anos, encontrar profissionais com capacidade de se adequar aos valores da empresa será mais desafiador do que achar candidatos com boas competências e a velocidade para descobrir essas pessoas.

“Quando a gente fala de competência técnica, você consegue facilmente formar, preparar a pessoa. Quando você está falando da questão de adequação cultural, de comportamentos, valores que a pessoa tem, isso já é da natureza do profissional. É difícil você mudar o jeito da pessoa”, explica Mônica.

‘Máscara cai’

Para a diretora-executiva, em uma entrevista, o candidato não pode fingir comportamentos que não possui, pois uma contratação equivocada pode significar um desligamento precoce, o que seria prejudicial para o seguimento da carreira do profissional.

Mônica conta ainda que uma das dicas para evitar más decisões é pesquisar o máximo possível sobre a empresa antes de uma entrevista, para assim descobrir se ela se encaixa com o perfil que o candidato busca.

“Quando as pessoas estão dentro da organização, elas falam que se decepcionam, mas não é que elas se decepcionam, a organização tem um jeito de ser e de lidar. Talvez ela não tenha feito essa pesquisa de forma adequada, não tenha feito perguntas no processo seletivo, e ela acabou não identificando como que era a cultura dessa organização”, explica.

Interação online

A pesquisa aponta ainda que 98,2% dos entrevistados consideram as redes sociais como ferramenta importante no processo de seleção, e que cada vez mais os contratantes buscarão candidatos pela internet.

Segundo Mônica, no universo online, as empresas observam características sobre o relacionamento interpessoal do candidato e como ele lida com “problemas”.

“Como se expõem, como articula ideias, como se posiciona. Se é uma pessoa que questiona ou que está colocando o seu ponto de vista, se está antenado com o que está acontecendo no ambiente de negócios”, explica.

Mas quem não possui redes sociais não precisa se preocupar. Segundo a especialista, a menos que para a atividade a ser exercida algo seja requisitado, é necessário apenas demonstrar que se sabe o que está acontecendo em relação às tecnologias e atualidades.

E o principal, para ela, é que as fases de triagem costumam ser online, mas a interação pessoal ainda é uma das etapas mais importantes em um processo seletivo.

“E às vezes ele [candidato] não dá tanta atenção à interação pessoal, não se prepara como poderia”, explica Mônica, que diz que este é o momento em que as empresas vão buscar informações sobre a capacidade de adequação dos concorrentes.

* Sob a supervisão de Patrícia Teixeira

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT