Ele ainda confessou que teria voltado para o ‘rolê’ após o crime; polícia encontrou um desenho da vítima com marcas de perfurações pelo corpo.
A Polícia Civil esclareceu o assassinato do professor de kung fu, Hercules Amoroso, de 31 anos, e apreendeu um dos suspeitos de ter cometido o crime. O adolescente de 17 anos foi localizado na noite de quarta-feira (18) e confessou ter simulado uma luta com a vítima para matá-la com golpes de canivete. O suspeito informou que estava acompanhado de outro rapaz, que ainda não foi preso. Na casa do suspeito a polícia encontrou diversos canivetes.
Hércules foi encontrado morto na madrugada de 24 de fevereiro, na faixa de areia, próximo ao Aquário Municipal. Segundo um familiar da vítima, ele foi localizado por um guarda civil municipal de Peruíbe. Na ocasião, a polícia foi acionada e passou a investigar o caso, encontrando imagens de câmeras de monitoramento, que mostram os últimos momentos de vida da vítima.
Nas filmagens é possível ver o professor conversando com dois suspeitos, na Praça Melvin Jonas, em Peruíbe, que fica há cerca de 1 km do local onde ele foi encontrado morto.
A partir do registro, os policiais puderam identificar que um dos suspeitos que acompanhava Hércules usava uma bermuda branca, um tênis branco, e uma camiseta com número 23 de um time de basquete, além de um boné.
Com essas informações, a investigação passou a verificar diversos perfis de redes sociais de pessoas que tinham amizade com o rapaz.
Em um desses perfis, os policiais localizaram o adolescente, que na foto de perfil usava o mesmo boné e camiseta, que vestia no dia do crime. Com a identificação, a equipe conseguiu encontrar o endereço dele e o apreendeu. Ele foi levado para a delegacia, onde confessou o homicídio.
Depoimento
Segunda a Polícia Civil, durante o depoimento, o adolescente contou que estava com Hércules e outro conhecido bebendo no Centro de Peruíbe, em um local conhecido como Ponto I. Ele alegou que enquanto conversavam, veio a ideia de matar a vítima.
Em determinado momento, ele sugeriu que os três seguissem para a praia e no caminho, o adolescente sugeriu para o comparsa “dar um fim no Hércules”, segundo o relatório de investigação. O rapaz aceitou.
Quando eles chegaram na faixa de areia, o adolescente propôs para a vítima lutar kung fu, perguntando se ele conseguiria sair de um ‘mata leão’, um golpe de estrangulamento usado em artes marciais. O adolescente estava com um canivete pequeno no bolso e quando imobilizou Hércules, o acertou com alguns golpes de canivete no pescoço.
Em seguida, passou a golpeá-lo na cabeça e braços. Ainda em depoimento, ele afirmou para a polícia que a vítima tentou reagir e sair do mata leão, porém, não conseguiu, pois estava embriagada.
O adolescente também contou que arrastou o corpo do professor até o mar e ainda o afogou. Durante todo o momento, segundo o suspeito, seu comparsa ficava o ‘acelerando’ para acabar logo. Os dois deixaram o corpo de Hércules no local e seguiram para Ponto I onde estavam bebendo anteriormente, para continuar o “rolê” normalmente.
Na delegacia, o menor ainda afirmou que teria matado a vítima porque ele era “um bêbado, sem família, carente, que irritava os outros”, e que foi um ato compulsivo. Apesar disso, a polícia acredita que ele tenha premeditado o crime, pois já estava com o canivete no bolso e, também, porque confessou que sentia constantemente vontade de matar e agredir pessoas.
Apreensão
Na quarto do suspeito, os policiais encontraram as roupas usadas no crime, além de diversos canivetes, no entanto, segundo o menor, nenhum deles havia sido utilizado para matar Hercules. A arma teria sido jogada no mar na mesma noite do homicídio.
Os investigadores também localizaram um desenho, e ao questionar, o adolescente afirmou que é o desenho da vítima, com as perfurações. Segundo a polícia, o adolescente alegou que já possuía o desenho, mas as marcas de perfuração foram feitas depois do crime. Após o interrogatório, o menor foi encaminhado para a Fundação Casa de Praia Grande.