Adolescente de 13 anos morre após passar uma semana internada em SP sem diagnóstico

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Família acusa hospital em Praia Grande (SP) de negligência médica. Direção da unidade nega qualquer erro e afirma que prestou toda assistência necessária a paciente.

Por G1 Santos

Uma adolescente, de 13 anos, morreu após passar uma semana internada no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, sem diagnóstico, segundo informações divulgadas pela família nesta quarta-feira (18). Os parentes acusam médicos de negligência, mas a unidade nega.

A estudante Paloma da Silva Lima deu entrada no hospital na terça-feira (10) com dores intestinais. Ao ser internada, os médicos avisaram a família da adolescente de que teriam que fazer uma cirurgia para descobrir o que ela tinha, mas suspeitavam de uma infecção no intestino.

“Eles fizeram a cirurgia, abriram ela e dias depois continuamos sem saber o porquê das dores. Não falaram nada. Quando ela foi para o quarto, já falaram em apendicite. Depois da cirurgia, ela passou a semana inteira reclamando de dores”, explica a irmã da jovem, Letícia da Silva Muniz.

Apesar das reclamações, a família informou que a equipe do hospital não tomou providência. “De segunda para terça-feira, chamei um médico, pois começou a sair sujeira da sonda que eles colocaram no nariz dela. Saíram seis sacos de sujeira, foi horrível. Falei pra ele que não era normal”.

Conforme relato da irmã, a equipe médica pediu que Paloma fosse transferida imediatamente para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não tinha vaga no mesmo hospital. Então, a paciente foi levada para a ala de emergência e, poucas horas depois, a família foi informada da morte.

“Depois que ela foi pra emergência não me deixaram mais ficar com ela. Eles disseram que ela teve uma parada cardíaca e não aguentou. Mas, afinal, minha irmã teve o que? Falaram em infecção, apendicite, câncer, até tuberculose. Por que fizeram uma cirurgia no intestino?”, questiona.

Os médicos informaram à família que uma biopsia foi feita, antes da morte da menina, mas o resultado deve sair apenas em aproximadamente um mês. “No dia que me falaram eu ainda disse ‘vão esperar minha irmã morrer para descobrir o que ela tem?’. Não deu outra, ela morreu”.

Irmã de Paloma acompanhou toda a internação da jovem no Hospital Irmã Dulce — Foto: Arquivo Pessoal

Hospital investiga

Por meio de nota, a direção do Hospital Irmã Dulce informou que a paciente foi recebida em estado grave com “quadro de abdome agudo obstrutivo grave”. A adolescente foi submetida à cirurgia e passou por exames.

Teve início então o processo de investigação diagnóstica, para averiguar a causa do surgimento de tais complicações, com coleta de exames e permanente monitoramento da evolução clínica da paciente. A definição diagnóstica ainda dependia da chegada dos resultados de tais exames, que encontram-se em seu prazo de realização.

Apesar da melhora progressiva registrada no período pós-operatório, de todo empenho do corpo clínico e dos recursos disponibilizados, a paciente apresentou uma piora clinica súbita, não resistindo à evolução de sua grave condição. Após a morte, o caso foi para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO).

“Importante salientar que a paciente sempre recebeu todo o atendimento necessário ao caso, sua família foi permanentemente orientada quanto à gravidade de seu quadro de saúde e sobre a investigação diagnóstica em andamento. A diretoria do hospital se solidariza com a perda”, diz.

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