Com melhora dos indicadores econômicos e previsão de supersafra, grupo de alimentos e bebidas é o principal influenciador do processo de queda de inflação em 2017
Principal despesa das famílias, o grupo de alimentos e bebidas tem sido o carro-chefe na queda nos preços de produtos e serviços desde que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, começou a ceder.
Além da melhora no ambiente econômico, o barateamento nos valores dos produtos e serviços vem sendo impactado pelo aumento da produção agropecuária e da estimativa de supersafra de grãos para este ano, que deve chegar a 242,1 milhões de toneladas. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o IBGE, o grupo de alimentos ajuda a conter a alta nos preços de outros segmentos, como o de transportes – impactado pelo aumento dos combustíveis, em especial da gasolina e do etanol – e contribui para o processo de queda da inflação.
De janeiro a agosto, os alimentos registraram a principal queda entre os nove grupos que compõem o IPCA, com uma baixa de 1,56%. Apenas o segmento de artigos de residência registrou desempenho similar, com um barateamento de 0,82% no período.
Quando se levam em conta os últimos 12 meses, o resultado é ainda mais expressivo: de uma alta de 12,83% em junho do ano passado, o grupo de alimentação e bebidas agora acumula uma queda de preços de 2,01%.
Destaques
Diante desse cenário, alguns alimentos indispensáveis no cotidiano do brasileiro desempenharam um papel importante neste ano para essa queda.
Entre as principais reduções estão: feijão-preto (-29,34%), feijão-carioca (-27,92%), batata-inglesa (-17,83%), maçã (-26,75%), mamão (-20,56%), laranja (-17,43%), filé-mignon (-10,53%), contra-filé (-9,10%), frango inteiro (-9,25%), arroz (-8,58%).
Trajetória do ano
Em agosto, o IPCA variou 0,19%, a menor variação para o mês em sete anos, e atingiu 2,46% nos últimos 12 meses. Esse é o menor resultado nessa base de comparação desde fevereiro de 1999.
Com isso, de janeiro a agosto, o indicador acumula alta de 1,62%, a menor variação para o período desde a implantação do Plano Real, em 1994. Os dados foram divulgados, nesta quarta-feira (6), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Expectativas
Com a reação do Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu 0,2% no segundo trimestre, e a melhora dos indicadores econômicos, analistas do mercado financeiro também passaram a traçar panoramas mais positivos para a economia brasileira.
Em 2017, a expectativa é que a inflação encerre o ano em 3,38%, com os juros básicos atingindo 7,25%. Para o PIB, a projeção é de avanço de 0,5%.
Fonte: Portal Brasil, com informações do IBGE e Banco Central
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