Altas temperaturas podem prejudicar a saúde dos cães

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Insolação, picadas de carrapatos, gastroenterites e hipertemia são doenças comuns no verão. Hidratação diária, alimentação correta e manter as vacinas em dia são algumas das recomendações.

O verão tem registrado altas temperaturas  e os cuidados com os animais precisam ser redobrados, isso porque o período de calor associado à variação e umidade do ar pode acarretar uma série de problemas de saúde para os bichinhos e até causar a morte do pet.

A hipertermia e insolação, por exemplo, são doenças comuns nesta época do ano, atingindo principalmente cães braquicefálicos – que possuem focinhos curtos – como é o caso do buldogue francês, shih tzu, pug e lhasa apso. Além deles, todas as raças estão sujeitas a essas doenças.

Pensando no bem-estar dos seus dois cães, a biomédica Camila Lira, de São Roque (SP), que é dona de Bruce, um buldogue francês de 2 anos, e o vira-lata Billy, de 10, varia os cuidados entre hidratação e picolés caseiros de frutas.

“Me preocupo principalmente com o buldogue porque os braquicefálicos têm dificuldades respiratórias que se agravam no calor, então procuro mantê-los fresquinhos. Dou água gelada e faço picolés de frutas. Outro cuidado importante nesta época é em relação aos mosquitos e pulgas, então a atenção precisa ser redobrada”, explica a tutora.

Além de hidratar os animais constantemente, a preocupação com tosa, tapetes gelados específicos para os cães também se tornam uma opção de cuidados com os pets. A estudante Júlia Jorgetto de Sorocaba (SP), é dona da poodle Baby, de 11 anos de idade, que fica estressada e inquieta em dias de calor contínuo.

“Nós mantemos a água dela sempre fresca, deixamos o pelo sempre baixo e ventilador no fresco”, conta Júlia. Já os passeios são realizados sempre à noite para evitar que Baby passe mal com o calor.

Buldogue francês Bruce (à esquerda); e Billy (à direita) — Foto: Camila Lira/Arquivo Pessoal

Cuidados importantes

A veterinária Caroline de Abreu Estanislau, de Sorocaba, cita alguns cuidados importantes para evitar que os cães adoeçam no verão:

  • Priorize os passeios em horários em que as temperaturas estão mais amenas, antes das 9h e depois das 18h;
  • Troque a água do bebedouro várias vezes ao dia e certifique-se de que o pote do seu pet não fique exposto ao sol. Uma dica é acrescentar pedrinhas de gelo no bebedouro;
  • Para os gatos, um bebedouro eletrônico pode estimular a ingerir mais líquido ao longo do dia;
  • Não ofereça alimentos novos e que eles não estejam acostumados;
  • Borrife água no dorso e nas patinhas para resfriar o animal. Se ele ficar ofegante, enrole-o em uma toalha molhada com água fria e deixe-o durante algum tempo em frente ao ar-condicionado ou ventilador. Caso não apresente melhora, leve-o imediatamente para o veterinário;
  • Não deixe o animal preso no carro. Mesmo na sombra, a temperatura no interior do veículo sobe rapidamente e o animal pode desmaiar ou até morrer;
  • Mantenha as vacinas em dia.
A poodle Baby recebe tosa específica no calor e só passeia no período da noite — Foto: Júlia Jorgetto/Arquivo Pessoal

Doenças

A veterinária explica que uma das doenças comuns que acometem os animais no verão é a gastroenterite. Entre os sintomas estão o vômito e a diarréia, causados por alimentos novos e não recomendados, como ossos, brinquedos, entre outros. Ou, podem ser caracterizadas por bactérias, vírus e verminoses. “Por isso não se deve oferecer alimentos novos aos cães, alimentos que eles não estejam acostumados”, explica Caroline.

As doenças relacionadas a picadas de carrapatos também são frequentes, além de acidentes relacionados ao calor excessivo e ao ambiente mais movimentado. “Nesse período, aumenta a concentração de pessoas em parques, reuniões, festas e, consequentemente, de cães que as acompanham. Nem todos são vacinados, vermifugados ou fazem a prevenção, de modo que pode ocorrer o contágio”, conta a veterinária.

Além disso, a veterinária explica que muitas raças não são resistentes ao calor excessivo. Segundo Caroline, os cães não possuem glândula sudorípara (do suor) e somente conseguem trocar o calor pela respiração. Dessa forma, podem ter complicações graves se expostos às altas temperaturas. Um exemplo, é a hipertemia (o hiperaquecimento do corpo de cães e gatos), que pode levar a morte desses animais.

“A maioria dos pacientes que chegam com hipertermia vem a falecer, quando a complicação é respiratória e a temperatura não aumentou tanto, fica mais fácil responder ao tratamento. A temperatura normal dos cães é maior que a nossa e varia de 38 a 39,2°C. Se passar de 40°C, o risco é muito alto de seu cãozinho apresentar uma hipertermia irreversível.”

Os sintomas da hipertermia são:

  • Dificuldade do pet em andar;
  • Respiração ofegante;
  • Salivação excessiva;
  • Mucosa da boca e língua arroxeada ou muito vermelha;
  • Falta de resposta aos comandos dos tutores;
  • Parecem desorientados e podem perder a consciência.

“Em casos de hipertemia, borrife água na barriga, molhe as patinhas ou coloque gelo. E, em seguida, leve-o com urgência para o hospital”, alerta a veterinária.

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