Leila Miiji, Claudia Franzin e Gabriela Buccioli são estudantes do 2º ano do Ensino Médio em Rio Claro, no interior de São Paulo.
Em março deste ano, Daniel da Silva, de 23 anos, perdeu parte da perna direita em um acidente de trabalho com um trator na região rural de Corumbataí, cidade do interior de São Paulo. A 21 km dali, no município de Rio Claro, alunas do Colégio Puríssimo Coração de Maria decidiram criar uma perna mecânica para ajudar.
Leila Aiko Miiji, Claudia Fernanda Franzin e Gabriela Aparecida da Silva Buccioli, alunas do 2º ano do Ensino Médio, procuraram Filippi Ongarelli, professor de Física e coordenador da oficina de projetos e inovação do colégio, chamada Espaço Maker. Lá, construíram uma perna mecânica usando a impressora 3D da escola.
“Queremos que os alunos desenvolvam suas habilidades e competências criando seus próprios projetos. Ferramentas e equipamentos de proteção estão em fácil alcance para que as atividades sejam dinâmicas e participativas”, diz Filippi. “Ficamos muito felizes ver o que eles constroem aqui sendo usado para ajudar a transformar a comunidade”.
Para a construção da prótese, as alunas tiveram aulas sobre modelagem e customização de objetos 3D, ministradas pelo próprio professor. Utilizando conceitos da física, como biomecânica e resistência de materiais, a iniciativa mobilizou professores, fisioterapeutas e pesquisadores da região e da Fundação Hermínio Ometto (FHO), que doou duas peças de alumínio aeronáutico para integrar a prótese.
Uma das três alunas que participaram da modelagem, montagem e testes da prótese, Gabriela Buccioli, de 17 anos, se diz interessada por tecnologia. “Eu não conhecia muito sobre robótica ou programação, mas a tecnologia é um assunto que sempre me atraiu. Depois de tudo o que eu aprendi fazendo a prótese mecânica, penso em fazer uma faculdade na área”.
Para Leila Miiji, de 16 anos, o estudo do corpo humano sempre foi motivo de curiosidade. “Esse projeto ampliou ainda mais o meu conhecimento sobre a área, uma vez que precisamos de diversas pesquisas para que o trabalho fosse desenvolvido”, diz a aluna. “Esperamos que esse projeto seja inspirador e faça com que pessoas, principalmente adolescentes, utilizem as novas tecnologias para o bem social”.
Depois de seis meses, a prótese foi entregue ao jovem Daniel, que agora conta com o acompanhamento de fisioterapeutas durante o período de adaptação da prótese. “O que mais nos maravilhou no projeto foi poder ajudar alguém. Foi um dia cheio de emoções”, conta Claudia Franzin, de 17 anos, que também participou da iniciativa.
Hoje, no mesmo Espaço Maker, as alunas já desenvolvem novas próteses de membro superior a três pessoas — uma delas é funcionária do colégio.