Projeto elaborado por três jovens do Ensino Médio conquista 2º lugar no ITA Challenge 2019.
Três estudantes de Ensino Médio da Escola Técnica Estadual (Etec) Profª Anna de Oliveira Ferraz, de Araraquara, criaram um dispositivo prático para auxiliar no transporte manual de peças metálicas, vidro e madeira. O objetivo é facilitar o cotidiano de trabalhadores que carregam chapas de aço dentro das fábricas, oferecendo mais segurança e ergonomia para esses profissionais.
Batizado de Lacus, o projeto foi idealizado pelos alunos Bruno Tomaz dos Santos, Gustavo Bacalá e Mikael Reis, orientados por Gabriela Messias da Silva. Trata-se de uma peça de 32 centímetros composta por uma flange que segura quatro caracóis. Conforme a chapa é encaixada no dispositivo, os caracóis travam a placa e dão apoio para que seja carregada como uma maleta.
A proposta de startup conquistou, no mês de outubro, o segundo lugar na categoria Embarca do ITA Challenge 2019, desafio de empreendedorismo do Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Os jovens concorreram com 125 equipes de estudantes de todo o Brasil. “Disputamos a final com nove projetos de nível superior e pós-graduação. O resultado comprova que podemos ir longe mesmo sendo alunos de Ensino Médio”, afirma Bruno, de 17 anos.
Inspiração no pai
O estudante conta que a ideia surgiu ao observar a rotina de uma fábrica de máquinas de café expresso onde seu pai trabalha. “Os funcionários reclamavam da dificuldade para carregar as placas. O peso e o formato não ajudam, principalmente em escadas e rampas”, diz Bruno. Então, em uma aula da professora Gabriela, ele ficou sabendo do desafio do ITA e comentou com os colegas que poderia ser criada uma solução para o caso da fábrica.
“O projeto serve de exemplo para tantos outros jovens que acreditam em suas ideias. É um produto extremamente viável pela simplicidade e capacidade de absorção no mercado, além de ser uma ferramenta multifuncional e de baixo custo”, destaca Gabriela.
Em quatro quatro meses os alunos desenvolveram o protótipo e elaboraram o plano de negócios da startup, envolvendo pitch, canvas, ações de marketing, proposta de valor e registro de patente.
Bruno diz que existem dois equipamentos concorrentes no mercado, um ímã elétrico robotizado e uma garra com ventosa. “O diferencial em relação ao primeiro modelo é o custo e, em relação ao segundo, a durabilidade. Pelos nossos cálculos, o valor de venda de cada peça pode chegar a R$ 85 em escala industrial.” O grupo está em busca de parceiros para financiar a iniciativa. “Precisamos de máquinas e equipamentos de precisão para produzir”, afirma.