Ambientalistas eram contra licenciamento de barragem que se rompeu em Brumadinho

Barragem da mina do Feijão se rompeu e causou estragos — Foto: Uarlen Valério/O Tempo/Estadão Conteúdo
PUBLICIDADE

Por: G1

A ambientalista Carolina de Moura, de 35 anos, que mora no distrito de Casa Branca, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, disse ao G1 nesta sexta-feira (25) que parte da comunidade se opôs ao pedido de licenciamento do Complexo Paraopeba, que engloba as minas Jangada e Córrego do Feijão, feito em dezembro de 2018.

A Barragem 1 da Mina do Feijão se rompeu no início da tarde. De acordo com a Vale, havia empregados no local do rompimento e há possibilidade de vítimas. Por volta das 17h, os bombeiros disseram que há cerca de 200 pessoas desaparecidas.

Com relação ao rompimento da barragem nesta sexta, ela disse que está indignada. “É uma situação dramática. A gente alertou, reclamou e fez um recurso contra esse licenciamento”, disse Carolina, que faz parte do Movimento Águas e Serra de Casa Branca.

Vista aérea do local destruído pelos rejeitos após o rompimento da barragem da mina do Feijão, situada em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), nesta sexta-feira (25) — Foto: Moisés Silva/O Tempo/Estadão Conteúdo

“Mas todas as vezes que a gente reclamou, o pessoal da Vale disse que era seguro e que a gente não precisaria se preocupar. Viu como estava seguro”, questionou Carolina.

Nesta sexta, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou que que a Mina do Feijão e a Barragem 1, “estão devidamente licenciados”.

Ainda de acordo com a secretaria, em dezembro 2018, a Vale , obteve licença para o reaproveitamento dos rejeitos dispostos na barragem e para seu descomissionamento, ou seja seu encerramento de atividades.

A Semad também informou que a barragem não recebia rejeitos desde 2014 e tinha estabilidade garantida pelo auditor, conforme laudo elaborado em agosto de 2018.

Dezembro de 2018

Em dezembro de 2018, a Semad esclareceu, em nota, que a análise dos processos de licenciamento das minas tratava-se da ampliação de cava e rejeito e estradas para transporte de rejeito de minério, no caso da mina da Jangada.

Sobre a mina do Córrego do Feijão, seria a expansão das atividades; colocação do rejeito em cava, sem a necessidade de construção de barramento; reaproveitamento de bens minerais dispostos em barragem; e instalação de um mineroduto.

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT