Americana, SP, envia 1,5 mil escorpiões ao Butantan para fabricação de soro

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Cidade registrou 237 ocorrências envolvendo o animal peçonhento neste ano; garoto de 2 anos morreu em 11 de agosto após ser picado por escorpião-amarelo

Americana (SP) enviou 1.563 escorpiões-amarelos recolhidos na cidade para o Instituto Butantan, em São Paulo, onde serão utilizados para a fabricação de soro antiescorpiônico. O município contabilizou 237 acidentes envolvendo o animal peçonhento até o mês de agosto, com uma morte confirmada – a do garoto Cauã Ferrari Santos, de 2 anos , que morreu em 11 de agosto.

De acordo com o médico-veterinário e coordenador do Programa de Vigilância de Carrapatos e Escorpiões (PVCE) de Americana, José Brites Neto, o escorpião-amarelo é a espécie que mais prevalece na área urbana, principalmente por quatro fatores: água, alimento, abrigo e acesso.

A barata, presente em grande número nas galerias de esgoto, é a presa de maior preferência do escorpião. “A presença de escorpiões em populações subterrâneas localizadas na rede de esgoto urbana de nosso município, acaba facilitando seu acesso para a rede doméstica e o ambiente interno dos domicílios, ocasionando riscos de acidentes em humanos”, destacou o veterinário.

Em nota, a Prefeitura de Americana destaca que o PVCE realiza periodicamente atividades de captura noturna de escorpiões nos cemitérios da cidade, que são enviadas ao Butantan. Desde o início do trabalho de captura, em 2005, já foram enviados 50.772 escorpiões ao Instituto.

Segundo Neto, um dos fatores que explica a grande população de escorpiões-amarelo é o fato de só existirem fêmeas nessa espécie, cujo processo reprodutivo se dá por partenogênese, ou seja, não existe a necessidade de acasalamento para gerar seus filhotes.

Prevenção

Americana registrou 365 acidentes com escorpião em 2016, e 237 ocorrências nos primeiros oito meses de 2017. De acordo com o PVCE, uma das orientações à população como medida de prevenção é que evitem o acúmulo de lixo nas residênciais.

De acordo com a Prefeitura, uma das principais medidas para evitar a presença dos escorpiões na área urbana é o uso de barreiras químicas, através da aplicação de inseticidas microencapsulados prescritos por técnicos do programa. Essas aplicações são feitas em visitas domiciliares de atendimentos às reclamações feitas junto ao SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão). O telefone é (19) 3475-9024.

Soro antiescorpiônico

Americana informa que o Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi (HM) possui soro antiescorpiônico para atender aos casos de acidentes. Regulado pela Secretaria Estadual de Saúde, o HM mantém um estoque que é reabastecido sempre que se faz necessária sua utilização, geralmente em crianças e idosos, indivíduos mais vulneráveis à toxicidade do veneno.

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