Geraldo Alckmin fez críticas ao governo de João Doria ao participar de uma reunião sobre a formulação do plano de governo de Márcio França.
O ex-governador Geraldo Alckmin fez duras críticas à gestão de João Doria ao participar neste sábado (9) de uma reunião sobre o programa de governo de Márcio França. Alckmin afirmou que Doria usou o orçamento público para “comprar prefeitos” em São Paulo e criticou a política tributária no estado.
“O governo é escolha. Você escolhe quem tributa e para quem coloca dinheiro. O governo fez as duas escolhas erradas. O governo aqui de São Paulo, nesse momento”, disse Alckmin.
“Como aplicou o dinheiro? Fisiologismo, política do século XIX”, afirmou o ex-governador. “Você comprar prefeito? É inacreditável. Eu fui prefeito do MDB no auge da ditadura e não chegava a esse ponto. Você pôr a faca no peito e dizer que se ele não mudar de partido, não recebe dinheiro público. Não é possível isso.”
Alckmin afirmou que Doria “aumentou o imposto de comida em plena pandemia” e elevou os tributos de remédios e do óleo diesel. “Abaixou o imposto do querosene do avião, do jatinho, do transporte de elite, mas aumentou o do óleo diesel, que pega o transporte de tudo.”
O ex-tucano encerrou a fala sobre São Paulo com uma sinalização de apoio a Márcio França. “Conte comigo, Márcio. Conte comigo”, disse. O PT espera que França desista da pré-candidatura ao governo estadual e pretende explorar a aliança entre Lula e Alckmin para turbinar a campanha de Fernando Haddad em São Paulo.
Sobre a parceria com Lula, o ex-governador declarou que é “hora de unir esforços e salvar a democracia”. Alckmin afirmou que Lula age de forma “civilizatória” ao prometer que irá colocar “o rico no imposto de renda e o pobre no orçamento” e defendeu a desburocratização como uma proposta central de campanha.
(Atualização às 20h06 de 9 de abril de 2022: Em nota, o PSDB de São Paulo afirmou: “Geraldo Alckmin aprendeu rapidamente com o PT. Atacar e desrespeitar prefeitos somente porque não concordaram com sua mudança é absurdo. A frustração por não ter sido acompanhando por nenhum prefeito é o que alimenta a sua fala. A gestão de João Doria é um marco na história de São Paulo. Apesar de ter enfrentado uma pandemia, o estado cresceu 7,5% entre 2019 e 2021, superando a marca nacional, e hoje faz investimentos recordes de R$ 50 bilhões. Não há compra de prefeitos, até porque não estão à venda. Estavam, isso sim, carentes de políticas públicas concretas e de investimentos em suas cidades.”)