Thaís Fernanda Ribeiro foi assassinada em imóvel que seria do rapaz, na região do CDHU San Martin.
O assassinato de Thaís Fernanda Ribeiro com 11 tiros pelo ex-namorado, em Campinas (SP), comoveu a comunidade católica na região do CDHU San Martin. Um grupo de moradores decidiu fazer neste sábado (11) um ato pelo fim da violência contra as mulheres, e o pai da vítima fez um relato comovente contra o feminicídio. O autor foi preso após se apresentar em uma base da Polícia Militar de Santo André (SP), e depois levado para o 1º Distrito Policial, onde seguia até a publicação.
“Eu morri junto com a minha filha, estou passando por coisas que eu nunca esperava passar. A minha família tem que ser a última a chorar, derramar lágrimas por uma mulher, jovem. A gente tem força para lutar, cadê o povo? Só fica de braço cruzado e tudo acontecendo […] as mulheres morrendo, eu tenho mais duas filhas. Trabalho honestamente, faço o máximo para que elas sejam mulheres de verdade, dei educação, faço tudo que posso por elas, para que a vida continue, floresça, não apague”, falou entre lágrimas Delfino José Ribeiro, pai da jovem.
O caso
A jovem fez aniversário na quarta-feira, trabalhava como operadora de caixa em um supermercado e se preparava para iniciar as férias na segunda-feira. O relacionamento durou três anos, mas eles romperam na semana anterior e o rapaz de 23 anos não aceitava a separação.
O crime ocorreu em um imóvel que seria do autor e, segundo parentes da vítima, antes dos disparos ele aumentou o volume de um rádio para que vizinhos não ouvissem barulhos.
“Nunca vimos uma comoção geral no bairro […] Chega de machismo”, falou o padre Antônio Rodrigues Alves, da Paróquia São Marcos. O pai da vítima negou que o rapaz tenha mostrado sinais de ser violento e o sepultamento dela será neste domingo, no Cemitério dos Amarais.