Mobilização começou há uma semana pelo WhatsApp e grupo já tem 168 integrantes
Indignados com a alta dos preços dos combustíveis, ararenses se mobilizam pela rede social WhatsApp e protestos estão agendados a partir desta quarta-feira (22). De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo), somente a gasolina subiu R$ 0,50 desde o mês de abril.
Até a produção da reportagem, o preço médio do litro estava entre R$ 3,95 e R$ 4. Em alguns postos até passou dos R$ 4. No caso do etanol, que seria uma opção para o consumidor, o preço médio é de R$ 2,75.
Um dos grupos é o “Olho na Bomba”, que em uma semana já tem 168 integrantes. Régis Dutra, um dos idealizadores, fala que a meta é alcançar 200 integrantes até o próximo fim de semana.
Ele explica que o grupo é resultado de debates entre munícipes que se dizem indignados não somente com o alto preço cobrado, mas também pela possibilidade da existência de um cartel na cidade. “A revolta é grande e pagamos um alto preço por um produto que em alguns postos a qualidade é duvidosa”, afirma Dutra.
Além do WhatsApp, o “Olho na Bomba” tem atuação forte na rede social Facebook. Poucas horas após a primeira postagem que informa a criação do grupo, centenas de usuários postaram seus números (celular) nos comentários para serem adicionados no WhatsApp.
Mas a mobilização não deve ficar restrita somente nas redes sociais, garante Dutra.“Vamos distribuir panfletos com orientações para os munícipes e estamos organizando carreatas que devem acontecer durante três dias”, informa.
A primeira está prevista para esta quarta-feira (22), mas o ponto inicial ainda não foi informado pela administração do grupo. Dutra explica que estão confirmados mais de 20 pessoas. “Vamos escolher três postos de combustíveis e cada motorista abastecerá o tanque com apenas R$ 0,50. Ressalto que nosso objetivo não é ofender e nem destratar frentistas; é apenas manifestar que os munícipes não estão contentes com a situação”, afirma.
O ato de promover carreatas para abastecer apenas R$ 0,50 não é incomum e protestos semelhantes foram realizados em outras cidades do Brasil. “Sabemos que a principal resposta dos proprietários dos postos é a alta tributação, mas não entendemos o motivo do custo em Araras ser tão alto”, disse Dutra, que cita também que o grupo tem como meta levar a reivindicação até Brasília.
Grupo pretende acionar Ministério Público
O objetivo do grupo não é ficar restrito somente nas redes sociais e nas carreatas como protestos, mas também encaminhar a reivindicação para o Ministério Público. Questionado se a reclamação foi levada até o Procon, a resposta de Dutra foi “sim”, e ele disse que o órgão perdeu a confiança dos consumidores.
“Já encaminhamos a reclamação para o Procon em outras ocasiões e sempre dizem que a atitude adotada em Araras está correta, dentro da lei. Então, o consumidor perdeu a confiança no órgão. Como disse, vamos reunir o máximo de pessoas e até acionar o MP”, enfatiza.
“Formação de cartel exige provas”, diz chefe do Procon
O chefe do Procon de Araras, Alex Buragas, disse que o órgão acompanha o aumento dos preços na cidade, mas pondera que a equiparação dos preços de um posto para o outro não é suficiente para acusar a existência de um cartel.
Buragas informa que no ano passado o órgão recebeu a reclamação sobre o mesmo assunto e, inclusive, existe um outro anterior que foi denunciado em 2015. Este foi encaminhado e está sendo investigado pelo Ministério Público. “A questão do cartel não é o Procon quem investiga, mas a polícia”, enfatiza.
Ele detalha que é preciso ter provas para indicar a existência de um cartel na cidade como gravações e denúncias. “Existe o livre mercado e a variação dos preços em Araras acompanha o restante do Brasil”, salienta.
Sobre a ausência de placas nas fachadas que informam os preços dos combustíveis, atitude adotada por alguns postos da cidade, disse que o Procon sabe da situação e vai fiscalizar. “Isso vai contra o Código de Defesa do Consumidor e não pode acontecer”, finaliza.
Fonte: Tribuna do Povo
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