Assassinato da jovem Beatriz Silva completa 10 anos sem solução: ‘parece que o tempo parou’, diz pai

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Adolescente de 14 anos, foi encontrada morta em 2013, com ferimentos que podem ser de espeto de churrasco ou ferro de construção. Caso é investigado sob sigilo, informou a SSP.

A morte de Beatriz Silva, uma adolescente de 14 anos brutalmente assassinada em Araras (SP), completa dez anos nesta segunda-feira (3) sem solução. “Parece que o tempo parou, são dez anos sem respostas desse crime bárbaro. A gente fica triste porque o culpado não foi punido. É muito doloroso”, disse o pai da vítima, Rogério Paulo da Silva.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que o caso é investigado sob sigilo pela Delegacia de Araras. “Diligências seguem em andamento, sendo que foram requisitados novos exames periciais ao Instituto Médico Legal (IML). A autoridade policial aguarda os resultados dos exames para análise e esclarecimento dos fatos”, disse a SSP.

Para o pai, a falta de respostas deixa a família em uma angústia sem fim. “Não tenho ido mais à delegacia porque não têm novidade. A gente acaba nem indo porque sai de lá pior do que entrou”, disse.

O crime

O corpo de Beatriz foi encontrado em 3 de abril de 2013 na zona rural com dez perfurações que, segundo análise do IML, foram feitas com espeto de churrasco ou ferro de construção. O exame médico comprovou que ela sofreu abuso sexual.

Beatriz saiu de casa para ir ao cabeleireiro, que ficava a 15 quarteirões da casa onde morava. Vinte minutos depois da hora marcada ela ainda não havia chegado.

A cabeleireira ligou para avisar a família, que se mobilizou para procurá-la. O corpo da jovem foi encontrado em um canavial sete horas depois. “Ela nunca saiu de casa sozinha, mas naquele dia teve um imprevisto e ela saiu. Justo naquele dia aconteceu”, lembrou o pai.

Na época, o delegado Sydney Sully Urbach, o assassino é da cidade porque conhecia bem o lugar onde o corpo foi encontrado. O local é conhecido como motel ao ar livre, onde uma pessoa teria tempo de deixar o corpo e os objetos da adolescente com tranquilidade, sem ser vista.

Mas ele descartou a possibilidade de ser alguém próximo a Beatriz. “Nem era ela que iria ao cabeleireiro. Era, na verdade, a irmã que iria naquele horário e de última hora a irmã foi a outro compromisso e ela, então, ocupou aquele horário, portanto, ela não deu conhecimento dessa ida dela ao cabeleireiro a ninguém”, explicou Urbach.

O material genético coletado embaixo das unhas da adolescente, que pode ser do assassino, foi enviado para análise. “Nós temos material genético pra poder fazer comparação de DNA a qualquer momento. O que nós precisamos é ter um suspeito que efetivamente mereça esse tipo de prova”, afirmou.

Justiça

Silva mantém a esperança e a fé de que a verdade apareça. “Acho que, dificilmente o criminoso dificilmente vai ser arrepender, mas a gente tem esperança de que se alguém viu e até hoje não falou nada, que possa falar”, disse.

Para ele, a filha pode ter sido vítima de uma emboscada. “Acho que foi um acaso, porque não é possível. Ela não tinha inimigos, não tinha porque alguém fazer isso com ela, era uma menina muito boa. A gente não esquece e sempre lembra dela com muito carinho.”

Fonte: G1

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