ASSÉDIO ELEITORAL: Empresa do interior paulista é investigada por ameaçar ‘encerrar atividades’ em caso de derrota de Bolsonaro

PUBLICIDADE

Denúncia contra a Vetro Plásticos é apurado pelo MPT. Donos teriam dito que 150 trabalhadores seriam demitidos caso Lula ganhasse. Procurada, empresa não respondeu.

A empresa de Ibaté (SP) investigada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por assédio eleitoral ameaçava ‘encerrar as atividades’ em caso de derrota do candidato Jair Bolsonaro (PL), segundo informações do Sindicato dos Vidreiros de São Paulo.

O caso de suposto assédio eleitoral, que ocorre quando um empregador age para coagir, ameaçar ou promete benefícios para que alguém vote em determinado candidato, é apurado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

O órgão instaurou inquérito e de, acordo com a assessoria de imprensa, ainda aguarda a manifestação de defesa da empresa. Nossa reportagem procurou a empresa Vetro Plásticos, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.

Assédio eleitoral em reuniões

A suposta coação seria praticada pelos donos da Vetro Plásticos durante reuniões semanais. Eles alegavam que os 150 funcionários ficariam desempregados caso Lula (PT) ganhasse as eleições, segundo o sindicato.

Ainda de acordo com o sindicato, fake news seriam compartilhadas com funcionários, que teriam a “missão” de conseguir votos entre seus familiares. “É o fim! Patrão chamando trabalhador para conversar para impor o voto. A gente está mobilizando o pessoal e conversando com os trabalhadores para explicar que eles são livres”, explicou o diretor sindical Fernando Silva.

Assédio eleitoral e como denúnciar

O assédio eleitoral é crime e ocorre quando um empregador age para coagir, ameaçar ou promete benefícios para que alguém vote em determinado candidato. No site do Ministério Público do Trabalho é possível fazer a denúncia de assédio eleitoral de forma anônima, sem se identificar, ou sigilosa, quando a pessoa se identifica, mas pede que a sua identidade seja preservada. Clique aqui para fazer a denúncia.

O artigo 301 do código eleitoral afirma que ‘usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido resulta em pena de até 4 anos de prisão e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Em todo o Brasil, o MPT já registrou 706 denúncias de assédio eleitoral nas eleições de 2022. A maior quantidade de registros está concentrada na região Sudeste, com 284 casos. Até terça, a região Sul liderava o ranking, mas agora contabiliza 212 ocorrências. Em seguida, aparecem Nordeste (118), Centro-Oeste (48) e Norte (44).

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT