28 mil trabalhadores diretos serão dispensados temporariamente.
A Cooperativa Central Aurora Alimentos comunicou nesta terça-feira, 22, que vai paralisar totalmente as atividades das suas indústrias de processamento de aves e suínos em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, inicialmente, nesta quinta-feira e sexta-feira, em função da greve de caminhoneiros, que se iniciou na segunda-feira (21) e prossegue até agora em vários Estados, por causa da alta dos preços do óleo diesel.
“A suspensão total das atividades (da Aurora) tornou-se imperativa e inevitável em razão dos efeitos do movimento grevista, que impede a passagem dos caminhões que transportam todos os insumos necessários ao funcionamento das indústrias e, também, o escoamento dos produtos acabados para os portos e os centros de consumo. A capacidade de estocagem de produtos frigorificados – de 50 mil toneladas – está exaurida”, disse a companhia, no comunicado. A Aurora Alimentos acrescentou, ainda, que os produtores de frangos e suínos estão prejudicados, visto que o movimento dos caminhoneiros impede o fornecimento de ração, pintinhos e material genético, entre outros insumos necessários à atividade, e a retirada da produção agrícola e pecuária.
O comunicado adverte que, mesmo que eventualmente a greve venha a ser encerrada nas próximas horas ou dias, a paralisação de suas unidades “não poderá ser cancelada em face das condições adversas que se criaram ao fluxo normal da produção”. Diz, ainda, que apesar dos prejuízos acarretados a toda a cadeia produtiva abrigada na cooperativa, não faz “qualquer julgamento sobre a legitimidade ou a legalidade da greve”. De todo modo, pede ao governo e aos representantes dos caminhoneiros que dialoguem e “encontrem alternativa para por fim à greve”.
A paralisação das unidades citadas significará, conforme a Aurora, que sete indústrias de aves e oito de suínos estarão paradas; 28 mil trabalhadores diretos serão dispensados temporariamente; cerca de 8 mil produtores rurais terão de adotar regime de “restrição alimentar aos plantéis de aves, suínos e bovinos”, contabilizados em 32 milhões de frangos e 1,26 milhão de suínos; 2 milhões de aves e 40 mil suínos deixarão de ser processados nesses dois dias; 300 caminhões frigorificados/dia e 200 caminhões com cargas vivas/dia e 120 caminhões de ração/dia deixarão de circular. “Tudo isso representa mais de R$ 50 milhões de prejuízos para toda a cadeia produtiva ancorada na Aurora Alimentos, justamente em um ano em que a perda de mercados e problemas conjunturais já sacrificam severamente a agroindústria da carne com milhões em perdas”, disse o comunicado.
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