Autônoma é vítima de golpe e fica sem parcela do auxílio emergencial: ‘Lutando’

PUBLICIDADE

Abriram uma conta digital no nome dela e sacaram o dinheiro. Caixa Econômica Federal afirma que está investigando o caso de Ariella de Oliveira Araújo.

Por TV Tribuna

Uma autônoma de São Vicente, no litoral de São Paulo, descobriu que foi vítima de um golpe e acabou ficando sem a segunda parcela do auxílio emergencial do Governo Federal. Após descobrir que abriram uma conta digital em seu nome, ela luta para conseguir o benefício que tem direito. A Caixa Econômica Federal garante que está investigando o caso.

Ariella de Oliveira Araújo se encontra em uma situação financeira complicada desde que encerrou as atividades da sua loja de roupas online. As vendas despencarem com a pandemia do novo coronavírus e ela não viu outra solução. Por isso, a microempreendedora entrou com o pedido de auxílio emergencial e, no primeiro mês, recebeu R$ 1,2 mil por ser chefe de família.

Com o valor, ela conseguiu pagar as contas básicas, como luz, água e internet, e comprar alimentos para a família. O pesadelo começou no segundo mês, quando Ariella não recebeu a parcela e decidiu ir reclamar na agência bancária. Porém, para a surpresa dela, o banco informou que o valor já havia sido depositado na conta dela e até mesmo sacado.

“Me informaram que já tinham efetuado o depósito da segunda parcela no dia 25 de maio, em uma conta digital Caixa TEM, mas eu nunca abri essa conta. Eu recebo pelo Banco do Brasil, como foi cadastrado desde o primeiro lote. Registrei o boletim de ocorrência [na Polícia Civil] e voltei à Caixa no mesmo dia. Eu enfrentei uma fila gigantesca para abrir uma contestação”, conta ela.

A resposta do banco veio logo, mas não da forma como Ariella esperava. A Caixa informou que a contestação havia sido negada, pois não se responsabiliza no caso dos titulares passarem seus dados bancários para terceiros. Porém, a microempreendedora garante que não foi isso que aconteceu e busca provar que não recebeu o dinheiro.

Enquanto não consegue resolver o problema, Ariella teme ainda não receber a terceira parcela do auxílio. “A situação não está fácil. Esse é o direito que eu tenho, um benefício destinado para quem realmente precisa. Eu sou microempreendedora e chefe de família. Vou continuar lutando, nem que seja judicialmente, para receber meus direitos”.

Ariella resolveu registrar um boletim de ocorrência após sofrer golpe — Foto: Reprodução/TV Tribuna

Especialista

O advogado criminalista Dárcio Cesar Marques explica que, nesse caso, a responsabilidade é da Caixa Econômica Federal. De acordo com ele, após fazer a reclamação e receber a negativa do banco, o próximo passo deve ser registrar um boletim de ocorrência na Polícia Federal e procurar o Judiciário.

“Como a Caixa é federal, apenas a Polícia Federal tem competência para investigar o caso. Em seguida, é preciso juntar esse registro com a negativa do banco e entrar com uma ação no Judiciário, para buscar os direitos. As pessoas devem ter muito cuidado para não fornecer dados bancários ou fazer compras em sites que não são seguros e acabam roubando os dados”, disse ele.

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT