Autora de fake news sobre caixões se entrega e pede desculpas

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Segundo o advogado de Valdete Zanco, ela já teria se apresentado à polícia de Jacutinga, onde foi ouvida e liberada. Polícia Civil não confirma.

Por Patrícia Fiúza e Thaís Pimentel, G1 Minas — Belo Horizonte

Após a Polícia Civil afirmar, nesta terça-feira (5), que procura a mulher do vídeo em que aparecem caixões cheios de pedras e madeira no lugar de supostas vítimas de Covid-19, o advogado dela divulgou uma nota com pedido de desculpas. Alexsander Pereira disse que a cliente, Valdete Zanco, “está muito abalada” e que já foi ouvida na Delegacia de Jacutinga na segunda-feira (4). A Polícia Civil não confirma a informação.

“Valdete reconhece humildemente o erro e pede perdão ao Município de Belo Horizonte e seu Ilustre Prefeito e a todos quantos foram atingidos negativamente por este equívoco que cometeu”, disse o advogado em nota. Valdete reafirmou o pedido de desculpas.

Pela manhã, a Polícia Civil havia pedido ajuda à população para encontrar a mulher e afirmado que ela pode pegar até nove anos de prisão e, ainda, pagar uma multa pelos crimes de calúnia e difamação contra autoridade pública e pela contravenção penal por provocar tumulto ou pânico.

Na nota, o advogado disse que ela teria visto no Facebook a história dos caixões com pedras e pedaços de pau no lugar das supostas vítimas do novo coronavírus. E que, no mesmo dia, um cliente de sua loja teria comentado sobre o fato.

Por isso, segundo a nota, ela resolveu fazer um vídeo e compartilhar apenas com a família. “Desconhecemos a forma como o vídeo ganhou notoriedade nas redes sociais e nos demais veículos de comunicação”, informou o advogado.

Advogado diz que cliente já se apresentou

Alexsander Pereira disse que Valdete já se apresentou nesta segunda-feira (4) à delegacia de Jacutinga, onde foi lavrada a ocorrência. A Polícia Civil, no entanto, não confirmou a informação, mas disse que a retratação “perante à sociedade, não interrompe o curso das investigações. O delegado responsável pelo inquérito entende que ela cometeu crime contra a administração da Justiça e deverá prestar declarações a fim de explicar as circunstâncias e a real motivação para produção e publicação do citado vídeo”.

Veja a íntegra da nota

“Venho à público esclarecer a respeito do vídeo gravado pela minha cliente Valdete Zanco e que repercute nas redes sociais. Ela havia visto na rede social denominada Facebook um fato ocorrido no Município de Belo Horizonte/MG, do qual caixões haviam sido desenterrados e localizado em seu interior, pedras e pedaços de madeira. Na data da gravação, no interior da loja onde trabalha, ela recebeu um cliente que coincidentemente fez os mesmos comentários, o que a fez julgar o ocorrido como verdade.

Quero deixar claro que o vídeo foi postado unicamente em um grupo de WhatsApp de família, tanto que início o vídeo chama a atenção de um certo Hernandes, sendo este irmão da minha cliente. Com o vazamento do vídeo do grupo de família, ele chegou a ser compartilhado em um canal de Youtube, colaborando assim pela propagação. Desconhecemos a forma como o vídeo ganhou notoriedade nas redes sociais e nos demais veículos de comunicação.

Valdete reconhece humildemente o erro e pede perdão ao Município de Belo Horizonte e seu Ilustre Prefeito e a todos quantos foram atingidos negativamente por este equívoco que cometeu . Gostaria ainda de frisar que minha cliente já se apresentou na Delegacia de Polícia Civil da cidade de Jacutinga/MG na data de 04/05/2020, onde fora lavrada a ocorrência, e deixado registrado o incidente, contribuindo com a justiça e para que essa seja promovida”.

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