Paulo Ricardo Rodrigues ficou traumatizado e teve medo de perder a visão. GCM faz fiscalizações na cidade para coibir o uso e a venda das linhas com mistura de cola e vidro.
Por G1 São Carlos e Araraquara
Um auxiliar administrativo levou 14 pontos no rosto após ser atingido por uma linha com cerol, em Rio Claro (SP). O acidente aconteceu na quarta-feira (31) e deixou Paulo Ricardo Rodrigues traumatizado. “Não estou andando de moto”, disse.
A Guarda Civil Municipal faz fiscalizações na cidade e neste sábado (3) uma campanha conscientizou motociclistas.
Desespero
Quando Rodrigues percebeu que iria bater na linha com cerol colocou o braço na frente e empurrou ela para cima.
“Quando eu vi eu coloquei a mão. Eu estava com pulseira, ela estourou, a linha subiu na parte da aba do capacete foi onde a linha começou a cortar, eu senti aquela queimação. Eu deitei com a moto e vi aquele monte de sangue e o pessoal gritando: de novo essa linha de pipa?”, afirmou.
Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Cervezão, onde foi medicado e levou os pontos.
“Foi bem perto da vista, um dedo a menos perderia a visão, então fiquei bastante desesperado. Estou até meio traumatizado, não estou andando de moto, vindo trabalhar de carro. Agora até perder esse medo de novo”, disse.
Acidente recorrentes
O presidente da Associação de Motoboys e Motogirls de Rio Claro, Rogério Leite, também sofreu um acidente em 2016. Ele conta que está cada vez mais comum encontrar histórias de acidentes com linhas cortantes.
“Eu mesmo já fazendo entrega à noite já me deparei com linhas. A molecada acha que solta em área que tem árvores e acha que a linha vai ficar ali, mas o vento leva. A gente perder a vida por causa de uma linha é uma coisa banal, que não tem sentido, só que é uma realidade que a gente sente que existe e trás muita insegurança”, disse.
Fiscalização
A Guarda Civil Municipal faz fiscalizações na cidade para coibir a venda e o uso do cerol, que é uma mistura de cola e vidro.
No Estado de São Paulo, leis proíbem o uso, fabricação e comercialização de cerol. Entre as punições estão multa, advertência e até fechamento do estabelecimento que vende. Quando um menor for flagrado, os pais serão responsabilizados.
“Hoje já vem pronto o produto e mais forte. A química que eles estão colocando está cortando bem mais agora”, disse o comandante da GCM, Luiz Fernando de Godoy.