O avião carregado com 628 mil doses de vacina da Pfizer/Biontech compradas pelo Brasil chegou ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), às 19h07 desta quarta-feira (12). O voo saiu de Miami (EUA) e este é o terceiro lote de um contrato para 100 milhões de imunizantes. Deste total, o país já recebeu 2,2 milhões desde abril.
A primeira remessa teve 1 milhão de doses e foi recebida pelo país em 29 de abril, também por Viracopos, com cerimônia que contou com a presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. No dia 5 de maio, o segundo lote com 629 mil imunizantes também chegou ao Brasil por Viracopos.
A Pfizer é a terceira vacina a ser usada no Brasil para enfrentamento à Covid-19. A aeronave da companhia aérea de logística UPS pousou 48 minutos antes do horário previsto para chegada pela farmacêutica. O descarregamento da vacina tem esquema de segurança especial, com integrantes da Polícia Federal, Receita Federal e Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa).
Condições especiais
As doses da Pfizer precisam ser armazenadas em caixas com temperaturas entre -25°C e -15°C por, no máximo, 14 dias. Ainda em 2020, a empresa informou ter desenvolvido uma embalagem especial com temperatura controlada que usa gelo seco para manter a condição de armazenamento recomendada.
Ao chegarem às salas de vacinação, as doses serão mantidas a uma temperatura que varia entre 2°C e 8°C, e precisam ser aplicadas na população em um período de até cinco dias.
Uso para imunizar grávidas
Na terça-feira (11), o Ministério da Saúde anunciou que a vacinação de grávidas e de mulheres que acabaram de dar à luz será restrita somente àquelas com comorbidades (doenças preexistentes) e elas devem receber apenas as vacinas Pfizer e CoronaVac.
A determinação vale até que sejam concluídas as análises sobre um caso raro de morte de uma gestante de 35 anos por causa de um acidente vascular cerebral hemorrágico (AVC) que pode ter ligação com o uso da vacina AstraZeneca.
O óbito ainda está em investigação e, segundo o governo federal, ainda não está comprovado que a vacinação tenha causado a complicação na gestante.
Histórico
A vacina da Pfizer/BioNTech foi alvo de recusa e polêmicas dentro do governo federal. Ainda no ano passado, três ofertas formais para venda de 70 milhões de doses foram feitas pela empresa e ficaram sem resposta do Ministério da Saúde.
Também em dezembro, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, descartou a compra da vacina por causa da exigência de armazenamento em baixas temperaturas.
A vacina foi a primeira a obter registro sanitário definitivo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em fevereiro deste ano. O imunizante pode ser aplicado em pessoas a partir de 16 anos de idade, em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas.