Baixo estoque de plasma impacta produção de medicamentos contra imunodeficiência

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Campanha da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia alerta para a importância da doação para o desenvolvimento dos remédios no Brasil.

Aos dois anos, o Lucas foi diagnosticado com imunodeficiência, uma fragilidade no sistema imunológico que o deixaria mais suscetível a problemas de saúde. Com um tratamento à base de imunoglobulina venosa, o garoto, que tem agora 10 anos, leva uma vida tranquila e saudável. A mãe do Lucas, Juliana Coutinho lamenta que poucas famílias tenham acesso ao tratamento.

“O mais importante é falar sobre a questão de não poder ter falta de tratamento, a criança que tem ou a pessoa que tem a imunodeficiência não pode ficar sem esse tratamento. Ela precisa de 30 em 30 dias, ou dependendo do tempo que ela tem que fazer, ela precisa fazer o tratamento ou ela vai pegar a doença, até uma doença simples de ser curada, mas ela não vai conseguir combater”, relata.

Entre as diversas consequências geradas pela pandemia do novo coronavírus está a falta de plasma, principal componente para a produção de medicamentos hemoderivados, como a imunoglobulina. Por isso, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia está à frente de uma campanha chamada de #plasmajabrasil, que acontece essa semana para estimular a captação de plasma e possibilitar a produção de medicamentos no Brasil.

Além disso, segundo com a Coordenadora do Departamento Científico de Imunodeficiências da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, Ekaterini Goudouris, o país importa a imunoglobulina, mas não produz o insumo.

“Para que as pessoas tenham ciência dessa questão, que a gente tem plasma, as pessoas doam sangue, mas o plasma que a gente chama de excedente das doações e transfusões não é aproveitado para fabricar produtos derivados desse plasma”, explica.

A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia encaminhou ao Programa Nacional de Imunização (PNI) um documento que solicita a vacinação prioritária contra a Covid-19 de pessoas que convivem com pacientes com erros inatos de imunidade. O objetivo é oferecer maior proteção para esse grupo.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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