Taxa do cartão de crédito rotativo passou de 275,7%, em outubro, para 279,8% ao ano, em novembro. Juro do cheque especial avançou de 300,4% para 305,7% ao ano.
Os bancos elevaram os juros médios cobrados no no cartão de crédito rotativo e no cheque especial em novembro, de acordo números divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Banco Central.
- O juro médio do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas subiu de 275,7% ao ano, em outubro, para 279,8% ao ano, em novembro. Na parcial do ano, porém, a taxa caiu 52,3 pontos percentuais. No fechamento de 2017, os juros do cartão somavam 332,1% ao ano.
- Já a taxa média do cheque especial, de acordo com a instituição, avançou de 300,4% ao ano, em outubro, para 305,7% ao ano, em novembro. No acumulado dos onze primeiros meses, entretanto, o juro recuou 17,3 pontos percentuais, pois somou 323% ao ano no fim de 2017.
Essas taxas ainda seguem elevadas na comparação com outros países e também com outras linhas de crédito ofertadas pelos bancos. A recomendação de economistas é de que os clientes bancários não usem essas modalidades, ou que, se necessário, as utilizem por um período de tempo muito limitado.
O aumento das taxas dessas linhas de crédito se dá em um cenário de estabilidade da taxa básica da economia, a Selic, que atualmente está na mínima histórica de 6,50% ao ano. Essa estabilidade é observada desde março. Antes disso, a taxa havia recuado 12 vezes seguidas.
O alto patamar das taxas de juros cobradas pelos bancos, que inibem o consumo e também os investimentos na economia brasileira, é um dos problemas a serem enfrentados na economia pelo próximo presidente da República.
Dados do BC mostram que os quatro maiores conglomerados bancários do país detinham, no fim de 2017, 78% de todas as operações de crédito feitas por instituições financeiras no país.
No ano passado, o governo anunciou medidas para reduzir os juros do rotativo do cartão de crédito. A federação que representa os bancos no país anunciou novas regras para uso do cheque especial, que entraram em vigor em julho deste ano.
Juros bancários médios caem
Apesar do aumento dos juros do cheque especial e do cartão de crédito rotativo, os números do BC mostram que houve queda nos juros médios das instituições com recursos livres (sem contar BNDES, crédito rural e imobiliário) em novembro.
- a taxa média total (pessoa física e jurídica) passou de 38% ao ano em outubro para 37,9% ao ano em novembro; no ano, ela recuou 2,4 pontos percentuais, pois somava 40,3% ao ano no fechamento de 2017;
- os juros nas operações com pessoas físicas passaram de 51,9% ao ano, em outubro, para 51,6% ao ano, em novembro; no acumulado do ano taxa caiu 3,4 pontos percentuais. Estava em 55% ao ano no fim do ano passado;
- a taxa cobrada das empresas ficou estável caiu de 20,4% ao ano em outubro para 20,3% ao ano em novembro; e, na parcial do ano, recuou 1,3 ponto percentual (totalizou 21,6% ao ano no fechamento de 2017).
Spread bancário
Mesmo com a queda dos juros médios de todas as operações das instituições financeiras, o chamado “spread bancário” (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes) subiu em novembro.
No caso das operações com pessoas físicas e com empresas, o “spread” subiu de 29,6 pontos percentuais em outubro para 29,9 pontos em novembro. Para pessoas físicas, avançou de 43 pontos em outubro para 43,2 pontos em novembro. Esse é um patamar elevado para padrões internacionais.
O “spread” é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.