Caixa Econômica Federal registra alta de 50,3% em lucro líquido no 1º trimestre de 2021

Brasília: Prédio da Caixa Econômica Federal. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Carteira total de crédito da Caixa atingiu R$ 799,6 bilhões.

O lucro líquido da Caixa Econômica Federal no primeiro trimestre de 2021 foi de R$ 4,6 bilhões, alta de 50,3% em relação ao mesmo período do ano passado, informou o banco público na manhã de hoje (12).

Ao comentar o balanço do primeiro trimestre em videoconferência, algumas horas após a divulgação, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, comemorou o resultado “muito sólido” e “recorde de todos os tempos”.

Entre os maiores destaques dos três primeiros meses deste ano, a Caixa teve uma receita de R$ 9 bilhões com operações de crédito imobiliário, um aumento de 10,5% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Esse tipo de operação é responsável por 52,3% de toda a receita com operações de crédito do banco.

A Caixa registrou, no primeiro trimestre deste ano, um saldo de R$ 518,4 bilhões em crédito imobiliário, com 5,7 milhões de contratos e 68,2% de participação no mercado. Entre o início de janeiro e o fim de março, o banco fechou 134,8 mil novos contratos de financiamento imobiliário. Nesse ponto, o destaque foi a alta de 103,1% em um ano nos contratos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), cuja carteira chegou a R$ 16,2 bilhões.

A carteira total de crédito ampliado da Caixa atingiu R$ 799,6 bilhões. Em relação às receitas, o banco registrou alta também em operações com o agronegócio (23,8%) e em créditos comerciais a pessoas jurídicas (6,3%).

As receitas com a prestação de serviços e tarifas no primeiro trimestre deste ano foram de R$ 5,7 bilhões, queda de 1,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. Nesse campo, as maiores reduções foram nas receitas com convênios e cobranças (25,1%), fundos de investimentos (7,2%) e conta corrente (7%). Por outro lado, as receitas com seguros subiram 376,3%.

“Já é um impacto do Pix, isso é um impacto real. E o impacto também que tivemos de algumas questões da volta do auxilio emergencial”, disse Guimarães sobre as causas da retração na receita com serviços e tarifas.

O banco destacou ainda que o retorno sobre patrimônio líquido, um indicador do nível de lucratividade, chegou a 16,33%, ante 15,18% registrados no último trimestre de 2020. O indicador, contudo, encontra-se abaixo do registrado nos três primeiros meses de 2020, quando era de 24%.

O balanço da Caixa mostra ainda que o banco reservou R$ 2,54 bilhões em provisões para devedores duvidosos. Essa reserva serve para cobrir possíveis inadimplências. O valor é 3,4% menor do que o provisionado no trimestre anterior, mas 26,5% maior do que o registrado nos três primeiros meses do ano passado.

O provisionamento total do banco, que inclui outros riscos calculados, chega a R$ 34 bilhões, segundo o presidente da Caixa. “Mantemos provisionamentos elevados, é consequência sim da volta da segunda onda da pandemia”, disse Guimarães.

O nível de inadimplência do banco, que aponta dívidas não pagas há mais de 90 dias, ficou em 2,04% no primeiro trimestre de 2021, abaixo dos 3,14% registrados no mesmo período do ano passado, mas acima dos 1,73% no trimestre imediatamente anterior. Guimarães disse que o índice deve voltar a subir por ao menos mais seis meses, refletindo o retorno das cobranças em créditos que foram pausadas durante a pandemia.

De todo o balanço, o presidente da Caixa deu maior destaque ao aumento no crédito para micro e pequenas empresas (MPEs), cuja carteira atingiu R$ 49 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 125,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O banco possui cerca de 300 mil contratos com MPEs, e ” 70% delas não eram clientes da Caixa”, disse Guimarães. “No momento mais sensível para essas empresas nós estivemos juntos, ganhamos esses clientes, e isso reforça o papel social e matemático da Caixa”, acrescentou ele.

As Loterias Caixa, por sua vez, arrecadaram R$ 3,8 bilhões no primeiro trimestre de 2021. Desse valor, cerca de R$ 1,9 bilhão foram transferidos a programas sociais do governo, em áreas como seguridade social, esporte, cultura, segurança pública, educação e saúde.

Outros destaques do balanço são:

– Margem financeira de R$ 11 bilhões, maior em 4,1% sobre o último trimestre do ano passado e 6,8% sobre o três primeiros meses de 2020.

– Saldo em poupança de R$ 368,5 bilhões, evolução de 14,8% em 12 meses.

– Contratação de R$ 12,9 bilhões em crédito consignado, maior valor para o primeiro trimestre em 10 anos.

– A carteira de crédito ampliada encerrou o primeiro trimestre com saldo de R$ 799,6 bilhões, crescimento de 14,3% em relação ao mesmo período de 2020, com participação de mercado de 19,3%.

– Operações de crédito para antecipação do Saque Aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) resultou na contratação de R$ 1,8 bilhão, distribuídos em 993,7 mil pagamentos.

– Despesas administrativas de R$ 2,633 bilhões, queda de 25,1% em relação ao quarto trimestre do ano passado e de 1,1% em relação ao primeiro trimestre de 2020.

– Na comparação com o trimestre anterior, houve queda de 17,1% na despesa com pessoal, que no primeiro trimestre deste ano ficou em R$ 5,412 bilhões. A cifra representa um aumento de 3,5% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

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