Caminhoneiros não param durante a pandemia de coronavírus

PUBLICIDADE

São mais de dois milhões de caminhoneiros rodando pelas estradas brasileiras. Eles começaram a receber alimentos e produtos de higiene em 150 pontos de apoio.

Caminhoneiros de todo o Brasil começaram a receber nesta sexta-feira (27) produtos de higiene e alimentação em mais de 150 pontos de apoio nas estradas. São mais de dois milhões de caminhoneiros rodando pelas estradas brasileiras. Eles estão entre os profissionais que não podem parar nessa pandemia de Covid-19.

Mas, como continuar se está cada vez mais difícil encontrar restaurante aberto na beira da estrada? “Tem cinco restaurantes na beira da estrada, as vezes um abre, o pessoal vai todo pra lá”, diz o caminhoneiro José Geraldo Pinto Júnior.

O SEST-SENAT criou uma campanha pra ajudar e começou a distribuir kits com lanche e material de limpeza. São 159 pontos de ajuda, espalhados por quase todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. É um agradecimento em nome de toda a sociedade.

“O motorista é fundamental pra manter, pra abastecer as comunidades pra levar alimento, levar remédio, pra levar até os materiais que serão usados pra construção de hospitais de campanha, então ele é muito importante no Brasil nesse momento”, disse o presidente dos Conselhos SEST-SENAT, Vander Costa.

“Nós precisamos dar um suporte pra que esses profissionais possam transitar com a segurança de saber que vão ter um local pra se alimentar, vão ter um local pra fazer a manutenção do seu veículo, vão receber orientações sobre como agir nesse momento” , afirmou o inspetor da PRF/MG Aristides Júnior.

Caminhoneiros que pararam na blitz solidária levaram pra estrada dicas preciosas de cuidado com a saúde. “Aqui tá o álcool, aqui tá o papel. Você pode pegar umas 3, 4 folhas desse papel aqui, colocar álcool nela, molhar e higienizar a região da alavanca de seta, do volante e do câmbio”, explica o instrutor a um caminhoneiro.

A preocupação também é com aquele momento em que o profissional precisa sair do isolamento da cabine do caminhão pra contratar o serviço de um mecânico, de um borracheiro ou até mesmo para pagar a conta no posto de combustível. Surge aí o risco de contaminação.

Carina Chagas, carreteira no interior de São Paulo, é prevenida. “A gente tenta ao máximo. Eu tenho álcool no veículo, passo na maçaneta, no volante. Toda hora que eu pego alguma coisa. Agora, eu fui ao banheiro, já saí lavando as mãos, higienizando”, conta.

Em vários pontos do país, empresas e concessionárias de rodovias também deram orientações e mediram a temperatura dos motoristas. “Na hora da carga e descarga fazer como um drive-thru, passar e ter o mínimo contato”, explica o coordenador de atendimento da concessionária, Miguel Martins.

Em Mato Grosso do Sul, o dono de um restaurante e os funcionários dele distribuíram marmitas de graça para os caminhoneiros. No interior de São Paulo, empresários também foram para a rodovia ajudar. Mais de 60% de todas as cargas distribuídas no país chega pelas estradas.

“Hoje, os caminhoneiros têm que ser considerados como heróis desta nação, porque eles estão trabalhando mesmo com toda essa situação do coronavírus. Mas, eles têm que levar o alimento para os mercados, ele tem que trazer o remédio para as cidades, eles têm que trazer o combustível para as ambulâncias, manter toda estrutura de hospitais, polícia, rodando e trabalhando”, comenta o empresário Edis Moro.

O Ministério da Infraestrutura afirma que negociou com todos os estados para que os decretos que suspendem atividades comerciais tragam ressalvas aos serviços essenciais aos caminhoneiros. E que agora está fazendo o mesmo pedido à Confederação Nacional dos Municípios.

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT