Bolsonaristas tiveram os perfis retidos das redes sociais nesta terça-feira (1º), devido a uma ação judicial.
O pastor André Valadão e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) tiveram os perfis removidos das redes sociais nesta terça-feira (1º/10) devido a uma ação judicial. No Twitter, ao acessar as páginas dos perfis de ambos, a seguinte mensagem é exibida: “Conta retida. A conta foi suspensa no Brasil por conta de uma demanda legal”.
O site também direciona para uma das regras da rede: “Em nosso esforço contínuo para disponibilizar nossos serviços para pessoas em todos os lugares, se recebermos uma solicitação válida e com escopo adequado de uma entidade autorizada, pode ser necessário reter o acesso a determinado conteúdo em um determinado país de tempos em tempos. Tais retenções serão limitadas à jurisdição específica que emitiu a demanda legal válida ou onde o conteúdo violar a(s) lei(s) local(is)”.
No Instagram, o pastor e a deputada também tiveram as contas suspensas.
Zambelli é uma das principais aliadas e apoiadoras do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais. Ao todo, ela soma 9,5 milhões de seguidores nas redes. Na última semana, um dia antes do segundo turno, a deputada apontou uma arma para o jornalista petista Luan Araújo em São Paulo. A atitude foi criticada pelos internautas. Após o episódio, um segurança da deputada foi preso em flagrante por disparo de arma de fogo.
Em 27 de outubro, a parlamentar teve que se retratar pelas insinuações de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria envolvimento na morte do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel. A deputada afirmou, em vídeo, que foi notificada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Procurada pela nossa reportagem, Zambelli afirmou que o objetivo da Corte “é eliminar qualquer reação espontânea nas redes sociais e trocar por uma atmosfera de inibição de pensamento. Em nome da democracia, extingue o direto às reações naturais”.
“O artigo 53 da Constituição Federal assegura que os parlamentares são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Trata-se de uma garantia do regime democrático que a Constituição pretendeu implantar no país, e que foi rasgado nesta tarde por uma decisão ilegal e inconstitucional. Aos poucos, Alexandre de Moraes constrói um código de inibições para impor um modelo único e vigente de comportamento nas redes. O próximo passo é a prisão dos opositores, como já visto em diversas regimes de esquerda na América Latina”, escreveu.
Do outro lado, o também bolsonarista pastor André Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, fez uma retratação nas redes sociais após a divulgação de informações falsas sobre Lula. Nas imagens publicadas, Valadão diz que foi intimado pelo ministro Alexandre de Moraes, do TSE, a se pronunciar. O religioso faz parte da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG).
No entanto, apesar do que Valadão informa no vídeo, o TSE informou de que não houve decisão sobre o processo movido pela Coligação Brasil da Esperança, da qual Lula faz parte, contra o pastor. O que significa, na prática, que o cantor gospel não foi intimado ou obrigado a postar o conteúdo em suas redes.
