Casa Rosa se torna referência no acolhimento de mulheres vítimas de violência doméstica em Araras, SP

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Inauguração aconteceu nesta terça-feira (15) e 10 casas compõem o espaço que vai garantir abrigo, segurança e reestruturação da vida; nome do local foi aprovado pelos vereadores e homenageia voluntária da assistência social.

A Prefeitura Municipal de Araras (SP) inaugurou na manhã desta terça-feira (15) a Casa Rosa Nilza Apparecida Fernandes, serviço de acolhimento para mulheres em situação de violência doméstica, que tem como objetivo garantir a integridade física e emocional dessas vítimas. Na noite anterior, vereadores aprovaram em sessão da Câmara a sugestão de denominação feita pelo Executivo e a lei será promulgada pelo prefeito.

“Dona Nilza era franzina, mas dona de uma força de causar inveja, e faço esse paralelo com as mulheres que serão acolhidas aqui. Chegarão fragilizadas, mas receberão todo o suporte para saírem mais fortes do que nunca e com a vida e a dignidade reestabelecidas”, disse o prefeito em exercício Carleto Denardi, em discurso que emocionou os presentes e os familiares da homenageada.

A Casa Rosa Nilza Apparecida Fernandes vai funcionar em um prédio municipal que passou por reforma e que disponibiliza 10 casas para abrigar mulheres e seus filhos quando vítimas de qualquer tipo de violência. No local essas pessoas terão toda a atenção básica ofertada pela Secretaria de Assistência Social, como moradia, alimentação, monitoramento e segurança 24h feita pela Guarda Municipal. Há ainda uma área de serviço comunitário, brinquedoteca e playground para entretenimento das crianças.

Também estará à disposição dessas famílias uma equipe técnica composta por assistente social, psicóloga e advogada. “O abrigo é provisório, essas mulheres permanecerão na Casa Rosa por um período de até 6 meses, até reestruturarem suas vidas. Esse serviço vai fortalecer as redes de proteção e atenção à mulher que já existem na cidade. Elas chegarão até aqui indicadas pelo Creas (Centro de Referência Especializado)”, explicou Delcina Maria de Souza Teixeira, secretária municipal de Assistência Social.

Os parceiros do projeto são a Delegacia de Defesa da Mulher da Polícia Civil, a Guarda Municipal, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, o Fórum de Araras e, futuramente, o Anexo Maria da Penha, serviço que está sendo implantado na cidade pela Prefeitura, em parceria com o Tribunal de Justiça.

“Eu trabalhei 20 anos em Limeira que foi a cidade pioneira em ter um abrigo para mulheres vítimas de violência e eu sempre tive orgulho daquela casa, mas diante do que estou vendo aqui agora, estou encantada. Com a Casa Rosa, Araras passa a ser referência não só na região como em todo o Estado”, ressaltou a delegada titular da Delegacia da Mulher de Araras, Andrea Arnosti Pavan.

Pérola Monteiro dos Santos Quintiliano, presidente do Conselho Municipal de Defesa da Mulher afirmou em seu discurso que “esse é um momento histórico para a cidade, que Araras sai da redoma e começa a trabalhar com ação”, no sentido de realmente dar proteção e novas oportunidades às mulheres vítimas de violência. A vice-presidente do Conselho, Raquel Sarmento, também esteve presente na inauguração da Casa Rosa, assim como Laís Pedrili, procuradora do município e os vereadores Deise Olímpio e Marcelo Oliveira, que também discursaram comemorando a nova conquista da cidade de Araras.

Quem foi Nilza Apparecida Fernandes

Nilza Apparecida Fernandes nasceu em São Manuel, Estado de São Paulo, e morou algumas décadas na capital convivendo com importantes figuras públicas como Ulisses Guimarães, Franco Montoro e Dona Ruth Cardoso. Casou-se com o artista plástico, joalheiro e armeiro da presidência da República, Angel Emílio Rojo Merino, com quem teve três filhos: Ana, Ângelo e Isabel.

Já em Araras trabalhou como auxiliar administrativo na Secretaria Municipal da Saúde e, por muitos anos, como voluntária transitando entre a saúde e a assistência social. Não media esforços para ajudar os mais necessitados e lutava para ver os direitos de quem mais precisava de ajuda serem atendidos. Acreditava na política como ferramenta de transformação social.

Nilza era irmã do Ararinha (José Fernandes de Mattos), torcedor símbolo do União São João e ambos apaixonados por Araras. Nilza faleceu em fevereiro de 2020, aos 83 anos.

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