Caso Mariana: suspeito de matar universitária sobreviveu a tentativa de homicídio em 2016

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Rodrigo Pereira Alves sofreu disparos de arma e chegou a ficar internado em estado grave; ele foi preso por roubo. Homem é suspeito de matar Mariana Bazza, em Bariri; universitária foi encontrada morta em um canavial.

O homem preso suspeito de matar a universitária Mariana Bazza, de Bariri (SP), que foi achada morta após receber ajuda de um desconhecido para trocar o pneu do carro, sobreviveu a disparos de arma de fogo nas costas em uma briga na cidade, em 2016.

De acordo com o boletim de ocorrência de fevereiro daquele ano, Rodrigo Pereira Alves, de 37 anos, atualmente preso preventivamente como principal suspeito pela morte da jovem, chegou a ficar internado em estado grave e resistiu aos ferimentos.

O registro aponta que outro homem pegou uma arma da mão de Rodrigo durante uma confusão e atirou contra ele, jogou o objeto no chão e fugiu. Em seguida, o atirador retornou ao local e também ateou fogo em um veículo.

Ferido, o paciente foi internado em uma unidade hospitalar de Bauru. Assim que teve alta, ele foi preso por um mandado de prisão por roubo.

Ainda segundo o registro, ele foi condenado a 7 anos de prisão, mas essa sentença foi reformada pelo TJ em 2018, que reduziu a pena para 6 anos. (Veja a ficha criminal completa abaixo.)

A alegação do TJ é que a “ficha de antecedentes não é suficiente para aferir a personalidade do réu”. Dessa forma, por ter cumprido 3/5 da pena, que é regra para crimes hediondos, ele foi colocado em liberdade este ano.

Imagem mostra suspeito abordando Mariana Bazza e amiga dela na frente de academia — Foto: Reprodução/TV Globo

Ficha criminal

Rodrigo Alves, o homem que ofereceu ajuda, já tinha praticado vários crimes e as vítimas eram sempre mulheres. A primeira condenação por crime sexual aconteceu em 2001. Armado com uma faca, ele atacou uma estudante de 18 anos, que foi violentada, na zona leste de São Paulo.

Por esse crime, Rodrigo passou 13 anos na cadeia. Depois, quando ganhou a liberdade, voltou a roubar e a estuprar. Em janeiro de 2015, em Itápolis (SP), uma mulher disse que Rodrigo invadiu a casa dela e mandou que ela ficasse nua.

Segundo a vítima, Rodrigo ficava se encostando nela. Depois, pegou um computador da casa e fugiu. Nesse caso, ele foi absolvido por falta de provas. Em outubro daquele mesmo ano houve uma acusação parecida, desta vez na cidade de Bariri. Outra mulher disse à polícia que Rodrigo se passou por instalador de cerca elétrica para entrar na casa dela.

Ele fez ameaças com uma faca e também mandou que a vítima ficasse nua. Rodrigo foi acusado de roubar R$ 740 da vítima, além de uma câmera fotográfica, um celular e um relógio.

Ele teve a prisão decretada, ficou foragido por um tempo mas acabou indo para a cadeia em fevereiro de 2016. Rodrigo foi condenado nesse caso a 6 anos e 5 meses de prisão por roubo. Há cerca de um mês, ele ganhou a liberdade condicional e conseguiu o bico de pintor na chácara em frente à academia.

Suspeito de matar universitária Mariana Bazza, de Bariri, ajudou a jovem a trocar o pneu — Foto: TV TEM/Arquivo Pessoal

Crime premeditado?

A polícia investiga se Rodrigo premeditou o crime e se teria murchado o pneu do carro da jovem para forçar uma aproximação. Um vídeo de câmera de segurança mostra Rodrigo encostado no carro da Mariana, que está estacionado próximo à academia. As imagens foram gravadas às 7h51, quando a jovem ainda estava no local.

O vídeo mostra que Rodrigo saiu da chácara, atravessou a avenida e encostou no carro de Mariana, um Gol preto. Ele ficou ali por alguns minutos. Em entrevista exclusiva à TV TEM, um vizinho da academia contou que viu o suspeito abaixado e mexendo no carro de Mariana.

“Eu vi que ele estava agachado no pneu do carro. Talvez murchando, sei lá, fazendo alguma coisa. Quando ele me viu até se assustou e levantou. Ele foi até o canteiro e ficou mexendo nas árvores que estão ali, meio que disfarçando a situação. Eu estava saindo para trabalhar, então fui embora”, relatou o homem, que preferiu não se identificar. 

“Nós estamos em diligências para conseguir novas imagens e também testemunhas que possa colaborar e tirarmos essa dúvida se ele premeditou ou foi uma mera ocasionalidade”, afirma o delegado Durval Izar Neto, responsável pelas investigações.

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