Caso Taina: suspeito de sequestro se passou por repórter para pegar carne e leite em mercado, diz polícia

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DIG de Jundiaí (SP) procurava Luis Fernando Lourenço desde 2017 por estelionato. Ele foi identificado após prisão no Maranhão por envolvimento no sumiço da jovem e da filha dela em Pilar do Sul.

O homem preso no Maranhão suspeito de sequestrar a jovem Taina Queiroz, de 18 anos, com a filha de oito meses, de Pilar do Sul (SP), era procurado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Jundiaí (SP). De acordo com a polícia, ele já se passou por repórter em um supermercado da cidade, em abril de 2017, para forjar uma denúncia e extorquir o comércio.

Segundo a investigação, Luis Fernando Lourenço foi até o estabelecimento na noite de 1º de abril do ano passado, adulterou a validade de uma peça de carne e alegou ao gerente que era jornalista.

Nossa reportagem teve acesso a uma imagem em que Fernando aparece com um crachá identificado como imprensa e, segundo a polícia, ele pede carne e 20 caixas de leite para não fazer uma reportagem sobre produtos vencidos no local.

Para evitar problemas, o gerente teria contribuído com o pedido e comunicou a ação à administração. Ainda segundo a polícia, Fernando estava com uma mulher e outras duas crianças no mercado.

Uma ex-companheira de Luis afirmou que já registrou boletim de ocorrência contra ele por ameaça em Jundiaí.

Fernando estava desaparecido da cidade e só foi identificado com a prisão relacionada ao caso da jovem que havia desaparecido com um bebê em Pilar do Sul.

Luis Fernando Lourenço já tem passagens na polícia por estelionato — Foto: Arquivo Pessoal

Caso Taina

Desde 3 de novembro, a família de Pilar do Sul não sabia onde Taina Queiroz e a filha estavam. O marido da jovem, Raul Kennedy da Silva, suspeitava que elas tivessem sido sequestradas pelo ex-patrão, Luis Fernando Lourenço.

As duas foram localizadas no sábado (1º) após a prisão do suspeito, que já era considerado foragido da Justiça por estelionato.

No domingo (2), a família comemorou a descoberta do paradeiro de Taina e a filha em São Luís (MA). Elas estão em um abrigo e devem voltar para casa nos próximos dias.

Taina Queiroz ao lado do marido, Raul Kennedy da Silva, e da filha de 8 meses — Foto: Reprodução/Facebook

Entenda o caso

  • Raul Kennedy da Silva, a mulher, Taina Queiroz, e a filha de 8 meses viviam em Pilar do Sul (SP). Ele viajou a trabalho e, quando retornou, não encontrou Taina e a bebê em casa.
  • Em 3 de novembro, Silva registrou um boletim de ocorrência e disse que recebeu mensagens de seu ex-patrão, Luis Fernando Lourenço, dizendo que Taina estava com ele por vontade própria e que ela e a bebê estavam bem.
  • A polícia abriu inquérito para investigar o caso. Como não havia pedido de resgate, o caso foi registrado inicialmente como desaparecimento.
  • A família de Taina recebeu vídeos da jovem, nos quais ela aparecia ao lado da criança e dizia estar feliz. Parentes viram sinais de nervosismo e ameaça nos vídeos.
  • Em 28 de novembro, a polícia retificou o BO e passou a investigar o caso como subtração de incapaz.
  • Lourenço era procurado pela polícia por estelionato há cerca de um ano e foi preso no sábado (1º) em São Luís (MA).

O delegado Acácio Leite, da DIG de Sorocaba, disse que a jovem teria comentado que viajou por vontade própria, mas que a situação será esclarecida durante depoimento em Sorocaba.

Luís Fernando continua preso no Centro de Triagem do Complexo de Pedrinhas, aguardando transferência para alguma penitenciária da região de Sorocaba, onde cumprirá pena por estelionato.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), a prisão ocorreu pouco depois dele ter sido reconhecido enquanto comprava comida perto de uma pousada na Praia do Calhau, em São Luís, onde estava hospedado com Taina e a criança.


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