Em 79% dos casos, o assassino era companheiro ou ex-companheiro da vítima.
Entre janeiro e novembro de 2019, 154 mulheres foram vítimas de feminicídio no estado de São Paulo. O levantamento foi realizado pelo G1 e pela Globo News, com dados concedidos pela Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP).
Esse é o novo recorde desde o início da série histórica do estudo, que começou em 2015. No mesmo período de 2018, o estudo contabilizou 119 assassinatos, ou seja, houve um aumento de 29% de casos desta natureza.
O motivo mais comum para os assassinatos é a separação. O estudo apontou que em 79% dos casos o assassino era companheiro ou ex-companheiro da vítima.
Além disso, 68% dos crimes ocorreram dentro da casa da vítima. 42% tiveram a prisão em flagrante e a média de idade de todas as vítimas mortas é de 36 anos.
Os dados alarmantes de feminicídio em São Paulo vão na contramão da redução de outros crimes violentos. Entre janeiro e novembro de 2018, houve 2.675 homicídios dolosos (quando há a intenção de matar), enquanto em 2019 o número caiu para 2.484. Já os casos de latrocínio (roubo seguido de morte), foram de 251 para 166. Os casos de estupro aumentaram de 11.024 para 11.458.
FEMINICÍDIO: O QUE É
O feminicídio é o homicídio doloso praticado contra a mulher por “razões da condição de sexo feminino”, desprezando, menosprezando, desconsiderando a dignidade da vítima enquanto mulher, como se as pessoas do sexo feminino tivessem menos direitos do que as do sexo masculino. A tipificação deste crime está prevista no Código Penal brasileiro desde 2015.