Procedimentos retornam no mês de outubro no estado, respeitando protocolos de segurança e prevenção à COVID-19.
A Central de Transplantes do Estado de São Paulo autorizou neste mês a retomada dos transplantes eletivos de córneas nos serviços de saúde. Com a melhoria do cenário epidemiológico em relação ao novo coronavírus, tanto a captação quanto o procedimento cirúrgico podem voltar a ocorrer seguindo todos os protocolos de segurança e prevenção da COVID-19.
Hoje, 3.583 pessoas estão à espera de córneas no estado e a doação é fundamental para melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Para proteger profissionais de saúde e pacientes receptores, novas medidas foram adotadas. Os serviços de saúde devem realizar a triagem clínica dos potenciais doadores, realizando testes para COVID-19 antes de qualquer definição terapêutica.
Conforme diretriz do Sistema Único de Saúde (SUS), pessoas com diagnóstico positivo para coronavírus que possuem menos de 28 dias da regressão completa dos sintomas não podem ser doadoras de órgãos e tecidos. Outra norma definida estabelece que pacientes podem optar por não realizar o transplante enquanto durar a pandemia, sem prejuízo em sua posição no cadastro de transplantes.
A cada dez transplantes em São Paulo, quatro são de córneas. Trata-se do procedimento mais realizado, pois, além de ser um tecido muito resistente, pode ser armazenado por até 14 dias após a doação, facilitando o trabalho das Comissões Intra-Hospitalares de Transplantes (CIHT), que realizam a busca e identificação de doadores potenciais de órgãos e tecidos em parceria com as Organizações de Procura de Órgãos (OPOs).
Monitoramento
A Central Estadual de Transplantes monitora rigorosamente critérios técnicos e epidemiológicos da pandemia, com apoio do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo e do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), do Governo Federal.
“É fundamental a conscientização da população quanto à doação de órgãos e tecidos. Assim, mais pessoas podem ser atendidas e salvas. Um único doador pode salvar, em média, até sete vidas, doando fígado, córneas, rins, pâncreas, coração e pulmão”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn.
Podem doar córnea pessoas que morreram de parada cardíaca inferior a seis horas ou morte encefálica, com idade igual ou acima de 2 anos e abaixo de 80 anos. Quem tem miopia, astigmatismo, hipermetropia, catarata, glaucoma, conjuntivite já tratada e curada pode também ser doador desse tecido.
Após o transplante desse tecido, é fundamental ficar em repouso, manter o curativo até o médico retirá-lo, não esfregar o olho, usar os colírios de pós-operatório de acordo com a prescrição médica, utilizar óculos de sol quando exposto à luz solar e dormir do lado contrário ao olho operado.
A córnea não pode ser doada por pessoas com linfoma ativo, leucemia, hepatites B e/ou C, HIV, infecção generalizada, raiva ou morte de causa desconhecida.
Balanços
A doação de órgãos e tecidos deve ser consentida. Quem quiser ser doador não precisa mais incluir a informação no RG ou na CNH. Basta comunicar os parentes mais próximos sobre o desejo. A autorização para doação deve ser dada por familiares com até o 2º grau de parentesco. Por isso, é fundamental haver diálogo entre as famílias sobre o desejo de ser ou não doador de órgãos, pois isso facilita a tomada de decisão.
A Central de Transplantes do Estado de São Paulo realizou neste ano, até 30 de setembro, 3.588 transplantes, sendo 1.550 de córneas. Em todo o ano passado, foram feitos 8.328 procedimentos no total, incluindo 5.400 de córneas.
A demanda por córneas é a segunda maior, depois de rins (13.206), seguida por fígado (322), pâncreas/rins (157), coração (143) e pulmão (96).