Cientistas da UFSCar criam filtro de ar capaz de eliminar germes e que não polui o meio ambiente

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Material é feito com fibras de celulose, presentes em madeira, cana e milho e que são biodegradáveis.

Pesquisadoras do Laboratório de Controle Ambiental (LCA) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram um novo material filtrante que, além da capacidade de reter partículas muito pequenas – como vírus e bactérias – no ar, tem efeito biocida e é biodegradável.

O material é produzido com nanofibras biodegradáveis compostas por acetato de celulose – considerado o polímero mais abundante da Terra, que pode ser retirado de polpa de madeira, bagaço de cana ou palha de milho e até caroço de manga, por exemplo – e brometo de cetilpiridinio.

O acetato de celulose dá “corpo” à fibra e brometo de cetilpiridinio é responsável pela ação biocida, eliminando quase que totalmente a presença de bactérias como a Escherichia coli e Staphylococcus aureus.

“Conseguimos produzir fibras tão finas capazes de deter os nanoaerossóis que são as bactérias, fungo e vírus com eficiência acima de 90%”, afirmou a professora do departamento de engenharia química da UFSCar, Mônica Lopes Aguiar.

Por reterem partículas muito pequenas, os filtros possuem diversas aplicações, desde máscaras até sistemas de ventilação. De acordo com as cientistas envolvidas no projeto, o material tem uso promissor em sistemas internos de ventilação em ambientes que requerem alta pureza do ar, como hospitais, aviões e cabines de veículos automotores.

Pesquisadoras da UFSCar criam filtro de ar com material retirado da celulose e que se degrada no meio ambiente. — Foto: Reprodução EPTV

Vantagem para o meio ambiente

Segundo a pesquisadora de pós-doutorado no Departamento de Engenharia Química (DEQ) da UFSCar Daniela Sanches de Almeida, autora do projeto, o fato de trabalharem com um material biodegradável, que sofre decomposição natural traz um diferencial porque pode ser descartado sem prejudicar o meio ambiente ao produto.

“A proposta foi buscar um material biodegradável com vistas à preservação ambiental. Há no mercado diversos aditivos com ação bactericida, principalmente nanopartículas metálicas. É comum, seguindo nesse exemplo, encontrarmos máscaras com íons de prata, que não se degradam quando lançados ao ambiente, ao contrário do bactericida que usamos, mais amigável”, afirmou.

Testes contra a Covid

Como o material apresentou alta eficácia contra bactérias, as pesquisadoras envolvidas no projeto pretendem testá-lo contra o novo coronavírus, causador da Covid-19.

“Realizaremos os testes em outra etapa da pesquisa, mas esperamos confirmar, com segurança, que o material é útil em sua eliminação, tendo em vista que, de modo geral, as bactérias são mais difíceis de serem inativadas do que este vírus”, disse Daniela.

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