Seu José Cardoso saiu de casa aos 17 anos e nunca mais viu a família.
Uma postagem em uma rede social foi responsável por unir uma família depois de quase 70 anos. O desejo do seu José Cardoso de reencontrar os irmãos foi ouvido diversas vezes pela neta, Lorena Serra. Foi então que ela decidiu escrever uma mensagem nas redes para buscar os familiares no Sul de Minas.
Seu José Cardoso cresceu em Perdões (MG), mas aos 17 anos decidiu sair de casa. Nas suas andanças, foi parar em Araxá, no mesmo estado. Nunca mais conseguiu voltar para ver a família. E ao longo dos anos perdeu todo o contato que tinha.
Assim que a neta do Seu José postou o recado nas redes sociais, várias pessoas da família entraram em contato com ela. “Foi muita gente da família que entrou em contato e vizinhos também. Aí a gente conseguiu encontrar, ele ficou numa felicidade enorme quando ele ficou sabendo”.
O encontro foi marcado para este sábado (13) e teve muita emoção e música, tudo preparado pela família. Nas conversas, muitas risadas e lágrimas ao lembrar as histórias antigas.
“Tanta gente que a gente nem sabe qual é que neto, sobrinho, nem nada né?”, brincou Seu José.
Antes do reencontro, os irmãos tentavam imaginar o quanto o irmão ausente mudou. “Eu sinto a saudade dele, sempre lembro, mas hoje se eu ver ele, eu não conheço ele, se eu encontrar com ele assim, eu não sei quem ele é”, contou Marosil Cardoso.
“O jeito dele eu não lembro não. Agora no retrato que tô vendo que ele parece com esse aqui um pouco”, contou a dona diva Efigênia, que tinha 8 anos quando o irmão saiu de casa. O terceiro irmão ainda nem era nascido quando a separação aconteceu.
Já o quarto irmão faleceu há oito meses. A vontade de rever alguém da família passou para a filha Helena Soares, sobrinha do Se José. “Ele falou que queria rever o irmão dele. Aí então eu falei assim: ‘nossa, é um presente pra mim muito grande né?’. De ter a família todinha aqui, que eu nem conhecia”.
Após tanto tempo distante, o Seu José garante, com muito bom humor, que vai voltar pra Perdões sempre que der saudade. “Acho que não vou não [ficar mais tanto tempo distante]. Eu não chego até lá não”.
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