Com dólar alto, brasileiros embarcam menos ao exterior; viagens aos EUA seguem em alta

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A cotação do dólar segue batendo recorde atrás de recorde frente ao real, e muitos brasileiros estão ficando preocupados com as férias deste ano. Vai ser possível ir para o exterior?

Na quarta-feira, dia em que a moeda bateu seu quarto recorde consecutivo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o dólar mais baixo permitia empregadas domésticas irem à Disney, nos Estados Unidos – e que a alta do dólar fará “todo mundo conhecer o Brasil”.

Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) indicam que os brasileiros já estão viajando menos para fora do país: no ano passado, as empresas aéreas transportaram 9,1 milhões de passageiros entre o Brasil e o exterior, uma queda de 2,6% em relação a 2018. Em dezembro, os números mostram que a cautela cresceu – foram embarcados 757,9 mil passageiros, 13,4% a menos que no mesmo mês de 2018.

Em todo o ano passado, no entanto, o dólar subiu 3,5%. Este ano, a alta vem muito mais brusca: até quarta-feira, a moeda já acumulava valorização de 8,5% frente ao real, sugerindo que pode haver uma retração maior este ano.

Segundo o presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), Roberto Haro Nedelciu, é a instabilidade do dólar que prejudica mais o setor. Isso porque as compras de viagens são feitas com pagamentos em reais, muitas vezes parcelados e com o câmbio da data de compra. Já os operadores pagam os fornecedores à vista, pelo câmbio do dia.

Viagens aos EUA

No ano passado, pelo menos, os brasileiros não parecem ter tirado os Estados Unidos da lista de destinos das férias. O escritório nacional de viagem e turismo dos EUA estimava, em outubro, que o país receberia 2,2 milhões de visitantes brasileiros em 2019 – o mesmo número registrado em 2018, levando o Brasil ao sexto lugar entre os países que mais enviaram turistas aos Estados Unidos.

Mas a estabilidade vem após dois anos de crescimento, nos quais o número de turistas cresceu quase 30% (e praticamente recuperou as perdas de quase 25% em 2015 e 2016), segundo dados da agência oficial de estatísticas dos Estados Unidos (BEA, na sigla em inglês).

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