Impactos nas linhas de produção pode já ocorrer a partir de abril, diz associação comercial.
A falta de insumos por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) faz com que indústrias de Piracicaba (SP) já cogitem férias coletivas. Isso devido ao desabastecimento de insumos da China, que não estão chegando, o que pode levar a impactos nas linhas de produção a partir de abril. As informações são do presidente da Associação Comercial e Industrial de Piracicaba (Acipi), Luiz Carlos Furtuoso.
“São empresas que usam dentro da sua linha de produção componentes que vêm da China, então essas empresas evidentemente que têm um estoque de segurança, porém, o estoque de segurança vai diminuindo”, aponta Furtuoso. Ele afirma que faltam informações sobre quando vai ser normalizada a produção e fornecimento de mercadorias por estes fabricantes chineses.
“A empresa tem um limite de estoque. Então, tanto a indústria como o pessoal que trabalha mais a parte de revenda [de produtos importados], esse pessoal, se permanecer a chegada da mercadoria, vai ter impacto sim no seu estoque”, apontou o presidente da entidade.
Segundo ele, em algumas empresas, 30% das peças do produto que fabricam são chineses. “Se não vier, ele não termina o produto […] É [um problema] mundial, porque as empresas tinham como fornecedores a China, então o mundo inteiro ficou dependentes deles. Quem tem plano B consegue resolver seu problema. Quem não tem, vai ter que aguardar eles recomeçarem [a produção e escoamento]”, acrescentou Furtoso.
Ele disse que não poderia informar quais são as empresas com estoques baixos, por questões éticas, mas que são principais as de montagem, que usam componentes de várias localidades. “Algumas empresas, para resolver a questão de falta de produtos podem dar férias coletivas. Mas isso tudo se continuar a não mandarem produtos”.
Comércio
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Piracicaba e Região (Sincomércio Piracicaba), Itacir Nozela, ainda não foi sentido reflexo no comércio por causa da Covid-19.
No entanto, foram divulgadas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) aos associados, que incluem a recomendação para que pacientes com febre de 37,3ºC ou mais trabalhem de casa: Mantenha o local de trabalho limpo, com destaque para superfícies (como mesas), além de objetos como telefones e teclados. Tudo deve ser limpo regularmente com desinfetante; Incentive a lavagem de mãos de funcionários e clientes. Certifique-se de que ambos tenham acesso a locais ondem possam lavar as mãos com água e sabão; Espalhe postos de álcool em gel 70% pela empresa em locais visíveis e sinalizados; Mantenha os ambientes arejados; Divulgue internamente e externamente com pôsteres e cartazes sobre a importância de se prevenir do coronavírus; Forneça máscaras faciais e lenços de papel para pessoas que desenvolverem coriza ou tosse no ambiente de trabalho. O descarte desses materiais deve ser feito em lixos fechados com tampa; Importante destacar que funcionários com febre de 37,3ºC ou mais precisam trabalhar de casa. É indicado também que os funcionários que estiverem usando remédios à base de paracetamol, ibuprofeno ou aspirina não compareçam ao local de trabalho, porque esses medicamentos podem mascarar os reais sintomas de infecção pelo vírus.