Combustível cada vez mais caro pesa no bolso de motoristas em Araras, SP

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Motorista que consome um tanque por semana já gasta quase um salário mínimo para abastecer no mês; não há previsão de queda nos valores.

Os motoristas de Araras (SP), já amargam a segunda alta no preço do etanol em menos de um mês. É que a redução de 5,6% promovida pela Petrobras no gás de cozinha no último dia 9 já perdeu efeito e o combustível voltou a subir na semana de 10 a 16 de abril, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A auxiliar administrativa Michele Cristina, de 30 anos, que usa o veículo para ir ao trabalho e também levar os filhos para a escola, disse que vem tentando economizar ao máximo, mas que está difícil. “A gente está colocando praticamente metade do que colocava, antes completava o tanque com R$ 100 e hoje não dá nem meio tanque. Está aumentando toda semana. Assim fica complicado, o bolso não vai aguentar”. 

A gasolina também teve leve alta, enquanto o diesel registrou ligeiro recuo na comparação com a semana anterior. O preço médio do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) de 13 quilos, ou gás de cozinha, subiu de R$ 113,54 para R$ 113,66, com o mais caro voltando ao patamar de R$ 160,00, contra R$ 150,00 uma semana antes, no Centro-Oeste. O mais barato foi encontrado a R$ 78,00 no Nordeste.

A gasolina subiu 0,3%, para o preço médio de R$ 7,219 o litro, com o preço mais alto e o mais baixo registrados no Sudeste, de R$ 8,499 e R$ 6,099, respectivamente. O preço médio de venda do diesel no País caiu 0,2%, ara R$ 6,587 o litro, com o mais caro a R$ 7,900 na região Norte e o mais barato a R$ 5,200 na região Sudeste.

O preço do petróleo continua volátil no mercado internacional, impactado pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e tem girado em torno dos US$ 100 o barril, com alguma redução no preço dos derivados. No caso do Brasil, a valorização do real frente ao dólar também tem refletido nos preços, mesmo que de forma quase imperceptível para o consumidor.

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O estudante Mateus Pessanha, 25, compartilha da mesma ideia de que a alta no preço nos custos básicos da sociedade não foi acompanhado de um aumento do salário-mínimo. Porém, ele ainda salienta que, apesar do conflito armado no continente europeu, o preço da gasolina vem aumentando nos últimos anos.

“De fato o conflito entre a Rússia e a Ucrânia reflete no preço do combustível, mas não podemos deixar de lembrar que o preço da gasolina vem aumentando absurdamente nos últimos anos. O preço do litro quase dobrou nos últimos 4 anos. Onde o impacto é gigante no bolso do trabalhador. Particularmente falando, vou ficar sem abastecer o carro. Como não preciso para ir ao trabalho, não se torna tão essencial, podendo buscar outros meios de transporte para momentos recreativos ao final de semana” garantiu.

Mesmo com os preços elevados, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) afirma que não há condições para a importação por pequenas e médias empresas, levando em conta o preço do petróleo, os custos do frete marítimo e o câmbio.

Nesta terça-feira, a Abicom estimou uma defasagem média dos preços internos dos derivados de petróleo em 14% para o óleo diesel e 6% para a gasolina, em relação ao preço de paridade de importação (PPI), política praticada pela Petrobras. Nos portos usados como parâmetro pela estatal, a defasagem chega a tingir 16% no caso do diesel (Santos e Araucária) e 8% na gasolina nos mesmos portos.

No porto de Aratu, Bahia, onde fica a única refinaria relevante privada brasileira, a defasagem é de 8% para o diesel e de 4% na gasolina. A Refinaria de Mataripe tem feito reajustes quase semanais dos preços, ao contrário da Petrobras, que tem mantido os preços congelados por alguns tempo para evitar o repasse imediato da volatilidade do mercado internacional para o mercado brasileiro.

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