Comércio onde jovem bebeu soda cáustica diz que ele pegou o líquido destinado à outro cliente

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Heitor Santos Poncidônio, de 16 anos, morreu em Guarujá, no litoral de São Paulo, quase 40 dias após ingerir o líquido.

O comércio onde Heitor Santos Poncidônio, de 16 anos, bebeu soda cáustica afirmou que a garrafa com o líquido estava sendo comprada por outro cliente. A atitude do rapaz de abri-la e colocar o composto químico na boca surpreendeu a todos. 

O jovem morreu em Guarujá, no litoral de São Paulo, devido a uma esclerose esofágica [varizes no esôfago, que podem causar hemorragia e levar a óbito]. A loja alega que os funcionários avisaram o adolescente sobre a situação.

O caso é investigado pela Polícia Civil. Nossa reportagem tentou falar com o dono da loja de produtos de limpeza, mas o comércio preferiu emitir uma nota para se posicionar sobre o assunto. De acordo com o boletim de ocorrência, o jovem saiu de casa para comprar cloro e desinfetante para a avó, no dia 1º de dezembro, no estabelecimento localizado em Vicente de Carvalho.

O comércio explicou, em nota, que Heitor apareceu no local e pediu desinfetante. Enquanto aguardava para ser atendido, outro cliente pediu um frasco de soda cáustica. O funcionário colocou dentro de uma sacola preta e deixou o líquido no chão, próximo a esse cliente.

“Para surpresa de todos ali no local, esse jovem [Heitor], pegou esse frasco e sem qualquer motivo abriu o frasco (colocando embaixo do braço), derramando ao chão, ainda que alertado aos gritos pelo funcionário, “Cara isso é soda”, ele levou a boca, não conseguindo (parecia) ingerir e já vomitando.”, afirmou o estabelecimento, por meio de nota.

A prima do rapaz revelou um áudio dele antes de morrer, em que o jovem afirma à família que pediu água, recebeu o recipiente com soda cáustica e não foi avisado sobre o conteúdo no seu interior.

Versão do comércio

O estabelecimento acrescentou, ainda por meio de nota, que Heitor foi levado por outro cliente ao pronto-socorro de Vicente de Carvalho. A loja afirmou ainda que, desde o princípio dos acontecimentos, se colocou à disposição tanto da Justiça quanto dos familiares de Heitor, e que em momento algum foi procurada pelos parentes do rapaz. “Prestamos nossa solidariedade à família”.

Segundo a nota, o proprietário do comércio, que não teve o nome divulgado, foi até a delegacia e narrou a versão, assim como o funcionário presente durante o ocorrido. Conforme descrito pela loja, peritos foram até o local. Depois do caso, o jovem teria ficado bem.

“O jovem foi visto diversas vezes, praticando esportes (futebol), e ainda questionado um familiar afirmou que ele estava muito bem, que só, não tinha voltado ao normal a ingestão de alimentos sólidos, por conta de feridas na boca”, alegou o comércio.

Morte

Heitor morreu em 9 de janeiro, dois dias após começar a sentir dores abdominais. A prima do adolescente disse que ele foi levado à Casa de Saúde de Guarujá, passou por consulta médica e, como o coração estava acelerado, foi colocado no soro. Eduarda explicou que coletaram o sangue do garoto e o resultado revelou uma “inflamação no estômago e que as plaquetas estavam altas”.

No dia em que morreu, Heitor havia sido encaminhado para fazer uma endoscopia e, segundo a prima, saiu da sala precisando de reanimação. “Foi imediatamente para sala de emergência, onde vários médicos tentarem reanimá-lo, porém sem êxito”.

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