Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo fornece orientações para produtores impedirem prejuízos com a prática.
Época do ano com temperaturas mais baixas e o ar seco, o inverno pode representar um período perigoso em relação às fogueiras, que podem prejudicar plantações e meio ambiente. Por isso, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado traz dicas para o produtor evitar os incêndios na lavoura e indica os prejuízos da prática ao ambiente, cultivos e pessoas.
Para prevenir o fogo, é fundamental que o agricultor não jogue bitucas de cigarros na palhada, não deposite lixo em local inadequado, não queime lixo e nem solte balões, pois os danos nesses casos são inevitáveis.
Além disso, é indicada a construção de aceiros (faixas de solo nu limpas de qualquer vegetação) nos limites das plantações e pastagens, em locais onde são recorrentes os incêndios como áreas com cana de açúcar, reflorestamentos de eucalipto e pastagens, o que evita a proliferação das chamas.
Prevenção
Diretor da Regional Botucatu da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), ligada à pasta, o engenheiro agrônomo Júlio Romeiro aborda quatro procedimentos para evitar incêndios em área agrícola.
– Não provocar o incêndio como forma de limpeza do terreno para iniciar o plantio, mesmo que aparentemente seja benéfico;
– Promover campanhas de conscientização entre produtores, funcionários e população no geral, pois se sabe que muitos incêndios têm origem na atitude inconsequente das pessoas;
– Montar aceiros é fundamental para evitar o alastramento das chamas;
– O produtor, juntamente ao corpo de bombeiros local, deve estar preparado para o controle do incêndio, principalmente no início, quando o potencial de avanço e destruição ainda é pequeno, pois em pouco tempo o fogo pode se tornar incontrolável.
Prejuízos
As queimadas trazem prejuízos para os elos da agricultura e meio ambiente. Por exemplo, o fogo destrói a microbiota do solo, importante para a agricultura sustentável, e altera características físicas da superfície. Com isso, o local fica mais vulnerável a processos erosivos.
O terreno agrícola perde nutrientes significativos como nitrogênio, fósforo e potássio. Em função das altas temperaturas, em solos tropicais, a matéria orgânica fica comprometida, tornando o sistema insustentável.
“A prevenção e educação de todos é a principal arma contra os incêndios. Apenas com o comprometimento será possível reduzir esse problema tão sério, que assola não só o Estado, como o Brasil. Caso contrário, sempre trabalharemos como bombeiros, ou seja, apagando o fogo”, ressalta Júlio Romeiro.
Em relação ao meio ambiente, o impacto negativo dos incêndios é altíssimo, uma vez que prejudica o ar ao lançar na atmosfera gases tóxicos como metano, monóxido de carbono, oxido nitroso, entre outros gases, que atuam no aquecimento da atmosfera, além de causar problemas respiratórios em concentrações populacionais próximas, sejam áreas urbanas ou rurais.
Vale destacar que o fogo também gera danos à fauna silvestre do local e mata animais como tatus, lobos-guará, tamanduás, aves, dentre diversas outras espécies.
Fertilidade
Após as chamas, os agricultores terão solos menos férteis do ponto de vista químico ou biológico e menos sustentáveis do ponto de vista físico. O engenheiro agrônomo da CDRS Mário Totti, da Regional de Presidente Venceslau, comenta que, após uma queimada, o dano fica consolidado, mas pode ser amenizado com reinvestimento do produtor.
“Utilizar, intencionalmente, a queimada para limpar e preparar o solo para o plantio é proibido e não traz nenhum benefício ao produtor. Prevenir é a melhor atitude”, alerta Mário Totti.
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