Obras do sistema alternativo também estão em andamento com a limpeza da segunda lagoa que será utilizado no processo.
A construção da nova ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) segue dentro do cronograma previsto para que Araras volte a tratar os dejetos domésticos o mais rápido possível, o que não acontece desde 2015. Cumprir esse prazo é um dos principais compromissos da Prefeitura Municipal e do Saema (Serviço de Água e Esgoto do Município de Araras).
Os trabalhos se concentram atualmente na finalização dos dois decantadores, que fazem parte do projeto apresentado pelo Saema e aprovado pelo Governo Federal. Equipes da Construtora Augusto Velloso, vencedora da licitação e responsável pelo serviço, já finalizaram a lagoa de aeração, que foi revestida com manta geotêxtil para evitar a contaminação do solo, e seguem também na construção do sistema de pré-tratamento, que vai receber o material bruto e fazer as primeiras intervenções para que ele seja purificado.
“Essa é uma obra essencial para a nossa cidade e segue em andamento, de acordo com o cronograma. Não podemos continuar sem tratar o esgoto de Araras. Resolver esse problema é prioridade dessa gestão”, comentou o prefeito Junior Franco, que esteve no local nesta quinta-feira (14) para verificar o andamento das obras, junto do vice-prefeito e presidente do Saema, Carleto Denardi.
Reverter essa situação era uma das principais preocupações do prefeito, desde a época em que assumiu a presidência do Saema, em 2017. Foi na gestão de Junior na autarquia que várias pendências envolvendo a obra foram resolvidas e o projeto definitivo sobre o local foi apresentado à Caixa Econômica Federal.
“Batalhamos para resolver os entraves que envolviam a obra e colocá-la, definitivamente, em andamento. É uma questão de respeito ao meio ambiente e também à população”, completou o prefeito.
A nova ETE começou a ser construída no final do ano passado e tem previsão de entrega até o final de 2020. Complexa e realizada em etapas, a obra atende às exigências da legislação ambiental e conta com a supervisão de técnicos do Saema.
O projeto apresentado pela autarquia e aprovado pelo Governo Federal prevê a utilização do processo de lodo ativado para solucionar de uma vez por todas o impasse envolvendo o tratamento dos efluentes, que se agravou em 2015, quando um dos reatores da antiga ETE, construída na década de 1990, desmoronou e o local foi interditado.
Desde então, a cidade deixou definitivamente de fazer o serviço e passou a despejar todo material coletado diretamente no Ribeirão de Araras, um dos afluentes do Rio Mogi Guaçu.
Como vai funcionar a nova ETE
O Saema já possui um sistema que coleta 100% do esgoto doméstico de Araras e essa tubulação leva todo o material até a Estação de Tratamento. Quando a nova ETE estiver em funcionamento, todo o esgoto irá direto ao sistema de pré-tratamento, onde passa por estruturas que permitem a remoção das partículas mais pesadas.
Em seguida, o material passa pela lagoa de aeração para receber tratamento com bactérias aeróbicas (com oxigenação) e, de lá, segue para os decantadores, onde acontece a separação do lodo (material orgânico) da água. A água ainda passa por um processo de desinfecção antes de ser devolvida, já tratada, para os rios.
O processo de tratamento chamado de lodo ativado, com aeração prolongada, compreende – além da lagoa de aeração e do pré-tratamento – estruturas como decantadores, medidor de vazão, tratamento de lodo com leito de secagem de lodo e desinfecção de efluentes.
A 1ª etapa da nova ETE terá capacidade de tratar 100% do esgoto doméstico, com 70% de eficiência. Em uma segunda etapa, a ETE chegará a 95% de eficiência de tratamento do esgoto produzido na cidade. O valor da etapa inicial é R$ 23.684.572,54, dos quais R$ 21.302.155,70 são recursos federais oriundos do PAC 2 e envolvem o contrato assinado com a construtora Augusto Velloso, e os outros R$ 2.382.416,84, a contrapartida do Saema. A ordem de serviço foi assinada em dezembro do ano passado e a obra tem prazo de 24 meses para ser concluída. O Saema reforça que a nova Estação de Tratamento de Esgoto não vai emanar odores, exceto se houver a necessidade de parada no sistema para eventual serviço de manutenção.
Sistema alternativo
Paralelamente à nova ETE, o Saema segue também com a implantação do sistema alternativo de tratamento de esgoto, que foi autorizado por órgãos ambientais do Estado e vai entrar em funcionamento nos próximos meses para já antecipar o processo até que a nova estação seja concluída.
Segundo a equipe técnica da autarquia, os serviços se concentram na finalização da limpeza das lagoas de aeração, que serão utilizadas no processo alternativo. A construção da caixa de distribuição do esgoto já foi concluída.
A próxima fase envolve a construção da estrutura que vai abrigar os geradores de energia e também a aquisição da tubulação que vai interligar as bombas ao setor de pré-tratamento. As licitações já estão em andamento. Por conta da pandemia do novo coronavírus, alguns fornecedores solicitaram prazos maiores para a entrega de materiais, mas a obra segue em andamento.
“Queremos, com o sistema alternativo, já começar a tratar parte do esgoto doméstico de Araras e reduzir os danos ambientais aos nossos rios”, comentou o vice-prefeito e presidente do Saema, Carleto Denardi.