Continência de PMs em bloqueio na SP-344 contraria protocolo, diz ouvidor

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Corregedoria da PM apura conduta.

O gesto de policiais militares prestando continência a manifestantes em um bloqueio na Rodovia Candido Portinari (SP-334) em Franca (SP) é dúbia e vai contra o protocolo da Polícia Militar de São Paulo, diz o ouvidor das polícias do estado, Elizeu Soares Lopes.

Segundo Lopes, um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para apurar a conduta dos quatro agentes. “Essas manifestações dos policiais não coadunam com o protocolo da Polícia Militar. Portanto, ao meu ver, ela é dúbia no que diz respeito a atuação da polícia. A missão deles era debelar o bloqueio que havia na via feita pelos manifestantes, bloqueio esse ilegal já com determinação do STF, do governador do estado, da SSP, bem com a polícia militar, para que a polícia haja no sentido de evacuar a rodovia, e permitir que as pessoas tenham o direito de ir e vir (….) evidentemente que a Polícia Militar, que é uma instituição e uma polícia de estado, não pode em hipótese alguma ter dubiedade quanto a sua participação em processos e protestos de natureza política”, diz Lopes.

O vídeo que mostra os policiais prestando continência durante o protesto passou a circular em grupos de mensagens na noite de terça-feira (1º). Desde segunda-feira (31), manifestantes ocupam o quilômetro 406 da Rodovia Candido Portinari (SP-334) em ato contrário ao resultado das eleições de domingo (30), quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito para o terceiro mandato presidencial.

Apesar de determinações do Supremo Tribunal Federal (STF), sob pena de multa em caso de desobediência no país, e do governo de São Paulo para desobstrução das vias, o trecho em Franca segue bloqueado.

Agradecimento

Na noite de terça-feira, por meio de um grupo de WhatsApp usado para comunicação da Polícia Militar, um policial informou que estava no local e que os agentes agiram para evitar que a via fosse obstruída novamente.”Pessoal eu estava nessa situação. Essa continência foi única e exclusivamente para evitar que a via fosse obstruída novamente e como forma de agradecimento prestamos continência. Utilizamos de meios de negociação para evitar males e a segurança da rodovia.”

Para o ouvidor das polícias, a conduta não pareceu adequada. “A meu ver, a conduta dos policiais não me pareceu adequada ao momento, sobretudo à missão deles que era debelar a ocupação da rodovia, de modo que eles foram conduzidos já à Corregedoria da PM e certamente irão responder pelas suas atitudes a partir de um inquérito policial militar”, afirma Lopes.

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