Covid-19: cidades da região têm UTIs lotadas e infectologista da Unicamp defende ações mais restritivas: ‘tendência é de piora’

PUBLICIDADE

De acordo com levantamento, nas cidades mais populosas mostra pressão na saúde. Médica da Unicamp defende imposição de medidas mais rígidas para redução de indicadores da pandemia.

Cidades da região de Campinas (SP) registram UTIs Covid-19 lotadas em meio à fase de transição do Plano SP, em virtude do aumento de pacientes infectados que precisam ser internados.

A médica infectologista da Unicamp Raquel Stucchi alerta para uma tendência de piora dos indicadores da pandemia, ao criticar as flexibilizações aplicadas pelos municípios, após autorização do governo de SP, que segundo ela foram no momento em que as taxas de ocupação dos leitos eram ainda elevadas.

“Infelizmente a tendência é de uma piora, com aumento do número de casos e da necessidade de internações […] Tivemos duas manifestações nos últimos dias, que fazem parte da receita para o coronavírus viver feliz, e teremos um cenário muito triste e trágico nos próximos dias”, diz ao defender que a região deveria ter restrições como as aplicadas por Ribeirão Preto – confira abaixo detalhes.

Um levantamento feito nesta segunda-feira (31) mostra que a saúde está sob pressão nas cidades mais populosas na região de Campinas.

  • Americana: considerando-se o Hospital Municipal, há 90% de ocupação em leitos com respiradores, e de 99% dos leitos sem o equipamento;
  • Campinas: ocupação de 98% dos leitos do SUS Municipal (há três vagas para gestantes) e fila com 13 pacientes; taxa de 87,5% na rede privada, e uso de 96,9% das vagas no SUS estadual.
  • Hortolândia: não respondeu até esta publicação;
  • Indaiatuba: 100% nos hospitais Augusto de Oliveira Camargo (Haoc) e Santa Ignês, além de estruturas contratadas fora, como na cidade de Artur Nogueira (SP);
  • Mogi Guaçu: ocupação de 90% dos leitos, considerando-se Santa Casa de Misericórdia e dos hospitais Municipal e São Francisco – não há dados individualizados por estrutura;
  • Mogi Mirim: 112,5% no Hospital 22 de Outubro, e de 80% na Santa Casa;
  • Paulínia: taxa de 60% no Hospital Municipal;
  • Sumaré: 70% de uso dos leitos disponíveis na UPA Macarenko;
  • Valinhos: 100% na Santa Casa e no Hospital Galileo;
  • Vinhedo: 100% na Santa Casa;

 

Para a infectologista da Unicamp, a melhora da situação no interior de SP nas próximas quatro a seis semanas depende da imposição de medidas para restrição de circulação, e aceleração do ritmo de vacinação da população. “Para ter controle do número de casos é fazer o que Ribeirão Preto fez, fechar tudo”, destaca ao ponderar que lockdown aos finais de semana, como o modelo definido por Amparo (SP), só funcionam em cidades turísticas que visam evitar a presença de novos visitantes.

Por Bárbara Marques, Rafael Smaira e Rebeca Dias*, G1 Campinas e Região

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT