Covid-19: Empresário Edson Simoso morre aos 47 em Mogi Mirim, SP

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Como o empresário foi diagnosticado com o novo coronavírus, o protocolo da Vigilância em Saúde não permite que haja velório.

O empresário Edson Simoso, de 47 anos, faleceu nesta terça-feira (07), em decorrência de complicações da Covid-19. Ele estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital 22 de Outubro em Mogi Mirim (SP) e morreu após uma parada cardiorrespiratória, segundo informações de familiares. 

“Um rapaz jovem, pai exemplar de família, um ótimo primo, um cidadão que deu a cara a tapa pelo nosso país”, escreveu a prima de Edson, Renata Simoso, nas redes sociais. Outros parentes e amigos também demonstraram pesar pelo falecimento.

Além de empresário, Edson Simoso se notabilizou desde a Greve dos Caminhoneiros de 2018 por encabeçar os protestos realizados em Mogi Mirim. Mais recentemente, era um dos organizadores das manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro na cidade, além de ser um dos coordenadores da coleta de assinaturas pela criação do partido Aliança pelo Brasil.

Na noite de domingo, amigos e familiares postaram, também nas redes sociais, pedidos de oração a Edson, que já estava em estado grave na UTI e havia sofrido duas paradas cardíacas, segundo as informações divulgadas.

Como o empresário foi diagnosticado com o novo coronavírus, o protocolo da Vigilância em Saúde não permite que haja velório. Edson Simoso deixa esposa e filhas. Agora, Mogi Mirim contabiliza 10 mortes por Covid-19 e 284 casos confirmados, de acordo com o boletim divulgado no final da tarde desta terça-feira.

Uma pessoa com grande coração

Na noite de quinta-feira (27/02), nossa reportagem foi procurada pelo empresário Edson Simoso, de 45 anos, proprietário da Ponto Alto Empreendimentos Imobiliários Ltda, localizada em Mogi Mirim (SP), que se comoveu com a história do desempregado Rafael Guilherme da Silva, de 28 anos, que fica em rotatória na cidade de Mogi Guaçu (SP) para destacar busca por uma oportunidade de trabalho e lhe pediu seu contato para poder ajudá-lo. 

“Beto Ribeiro! Me senti muito comovido, quando recebi a notícia desse pai de família, pelo Facebook de uma grande amiga, a Denise Conde, aqui de Mogi Mirim, e imediatamente agi com a razão e pensei com o coração, e disse que ele será contrato por nós para ser mais de nossos atuais 45 colaboradores”, disse Edson.

Logo em seguida, ele não esperou nenhum minuto e já ligou para Rafael Guilherme para dar a boa notícia que ele estava empregado, e não precisava mais se preocupar com sua situação. “Vou ligar pra ele agora e dizer isso pra ele, e na sequência, amanhã mesmo nosso RH já entrará em contato com ele pra acertar sua efetivação. Quando pessoas de bem se juntam pra fazer o bem, o bem sempre prevalece”, finalizou o empresário.

A Ponto Alto Empreendimentos Imobiliários Ltda, é uma empresa de loteamentos urbanos que tem sua atuação há 10 anos mercado imobiliário regional, e executa todas as obras de infraestrutura em seus loteamentos.

Pedreiro segura placa e pede trabalho

Sem emprego formal há três anos, Rafael Guilherme da Silva, de 28, decidiu usar uma tábua escrita à mão como “currículo” e fazer um apelo para conseguir oportunidades de trabalho em Mogi Guaçu (SP). Ele e a família moram em uma casa alugada de dois cômodos, com cozinha improvisada em área externa, onde está o sofá. Apesar da simplicidade, os R$ 400 mensais sobrecarregam as despesas.

“Sou pedreiro, pintor, mas estou desempregado. Tenho cinco filhos pequenos […] Deus, muito obrigado por você enviar anjos para ajudar eu e minha família”, diz trecho da mensagem acompanhada do número do celular dele.

Silva explica que, ao considerar as cobranças de água e energia elétrica, a conta final aumenta para quase R$ 650. “O que ajuda muito eu a pagar o aluguel é o benefício que ela recebe, o Bolsa Família. Vai tudo para o aluguel e ainda falta muito dinheiro, porque são R$ 300 o benefício”, conta.

Todos os dias, ele caminha ou usa uma bicicleta para seguir até uma rotatória perto do Cemitério Municipal, onde fica com a placa exposta à espera de sensibilizar alguém que possa lhe ajudar. “Essa ideia veio de Deus, estava em um momento de angústia, desesperado”, lembra.

O homem conta que iniciou essa trajetória há uma semana e, por enquanto, ainda não conseguiu um trabalho formal. Porém, recebeu doações de alimentos e fraldas, e ligações para fazer “bicos”.

“O que eu mais queria era um serviço registrado, não ficar dependendo de ajuda. Nessa vida faço de tudo, não tem tempo ruim, mas sou profissional na área de pedreiro e pintura. Minha mulher e meus filhos que me incentivam bastante, se não fosse por eles acho que já teria desistido.”

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