Paciente de baixa renda com suspeita de COVID ficou sem remédio.
Investimento no tratamento preventivo e inicial da COVID 19 para salvar vidas e evitar o colapso no sistema de saúde; Distribuição gratuita de medicamentos para tratamento precoce de suspeitos de infecção pelo novo Coronavirus, como forma de evitar o agravamento da situação dos pacientes.
Essas são as sínteses dos pedidos feitos oficialmente pelo vereador Felipe Beloto (PL) em indicações protocoladas nesta segunda-feira (29), direcionadas ao Executivo.
Nas justificativas, Beloto diz que se baseia em cases de sucesso na contenção do avanço da pandemia, considerando os protocolos de manejo indicados pelo Ministério da Saúde e realizando o tratamento da doença em seu estágio inicial-nos primeiros sete dias.
Beloto argumenta, ainda, que esperar o quadro clínico do paciente se agravar para iniciar o tratamento, mostra-se ineficaz, além de diminuir as chances de cura.
O novo protocolo proposto pelo vereador, e já amparado em preconização do Ministério da Saúde, inclui, por exemplo: profilaxia de toda a equipe de saúde, tratamento inicial dos suspeitos de contaminação pelo novo Coronavírus com a disponibilização de medicamentos adequados, isolamento compulsivo dos infectados e telemonitoramento diário de sua evolução; testagem em massa nos pontos regionalmente indicados com casos suspeitos; distribuição de remédios para os possíveis contactados pelo contaminado e para a vizinhança imediata ao foco do caso detectado.
Paciente de baixa renda com suspeita de COVID ficou sem remédio
Na semana passada, um caso que chegou ao vereador chamou a atenção para o problema da falta de acesso a remédios importantes para assegurar boa evolução de pacientes com suspeita de COVID19.
Uma dona-de-casa da região leste relatou ter procurado a rede de saúde com sintomas como febre, perda de olfato e paladar, e ter sido classificada no primeiro atendimento como “paciente com suspeita de COVID19”, porém, sem ter sido testada.
A mulher, cuja identidade foi preservada por decisão do vereador, recebeu do médico a orientação de ir para casa se isolar e recebeu também uma receita de Azitromicina, um tipo de antibiótico que no Brasil, em algumas cidades, vem sendo prescrito precocemente em casos de suspeita de COVID19 em associação com hidroxicloroquina – não foi o caso dessa paciente.
“O médico falou que era pra eu ficar isolada, tomar o remédio e se não melhorasse, voltar no hospital que eles deveriam pedir uma tomografia”, relatou ela.
Ocorre que a mulher, sem condições financeiras de comprar o remédio, que não seria padronizado e, portanto, não fornecido de graça pela rede, não comprou o medicamento e, passados três dias após o atendimento inicial, continuava com os sintomas. “O medicamento não é padronizado? A pandemia também é totalmente fora do padrão, e exige soluções diferenciadas”, argumenta ele.
No caso desta senhora, voluntários contatados pela assessoria do vereador se encarregaram da situação e doaram a ela a medicação que havia sido prescrita dias antes, mas não ingerida por falta de recursos financeiros da paciente. “Por casos assim que nós estamos pedindo à Prefeitura que já de cara, quando se depara com um paciente com suspeita, e assim o classifique, faça teste e o envie para casa, se for o caso de se isolar, já com um kit com tudo que a pessoa precisa para se cuidar”, diz Beloto. “Isso é questão de humanidade e de estratégia para evitar, aí sim, o colapso na saúde, pois essa pessoa, se com o remédio tomado direitinho e no começo, se ela melhora, é uma a menos para bater no sistema de saúde, de novo, e provavelmente, em condição muito pior”, avalia o vereador.
Questionamentos
Beloto aproveitou também a sessão da Câmara deste dia 29 para questionar o que ele chama de falta de planejamento estratégico da Prefeitura no enfrentamento da pandemia. “Só fechar o comércio não essencial não é inteligente. Só restringir o horário do comércio essencial, como supermercados, incentiva ainda mais a aglomeração. É preciso ter testes, promover isolamentos inteligentes, intensificar drasticamente as campanhas de conscientização e ações de fiscalização, é preciso tratar precocemente, entre outras ações. Senão, o fechamento do comércio não essencial acaba sendo praticamente a única ação de impacto, mas que não resolve. Quando abrir de novo, os casos voltam a aumentar”, pontuou.
O vereador lembrou que desde 19 de março, quando começaram as mobilizações mais drásticas em relação à pandemia, já fez mais de 20 indicações relacionadas ao enfrentamento do problema, como forma de contribuir com a Administração. “Nós estamos fazendo nossa parte como vereador, que é solicitar medidas, contribuir com ideias de alternativas e também fiscalizar, cobrar. Mas quem tem a caneta na mão, o dever e o poder para agir é o Executivo e nós esperamos que nossos questionamentos e indicações sejam respondidos com ações estratégicas e efetivas”, concluiu.
Para consultar as indicações constantes desta matéria, na íntegra, basta acessar os links:
https://consulta.siscam.com.br/camaraararas/Documentos/Documento/115913
https://consulta.siscam.com.br/camaraararas/Documentos/Documento/115912