Cresce número de brasileiros barrados em Portugal

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Seis cidadãos do Brasil são impedidos de entrar em território luso todos os dias. Brasileiros representam 74% dos 2.200 estrangeiros recusados ainda no aeroporto neste ano – um número que já supera o de 2017 inteiro

O número de estrangeiros barrados ao tentarem entrar em Portugal saltou 74% nos oito primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Os mais afetados vêm do Brasil: sete em cada dez pessoas recusadas pelo país ainda no aeroporto são brasileiras.

Os dados são do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal e foram divulgados nesta sexta-feira (5) em uma reportagem do jornal português “Expresso”.

Segundo o veículo, até o fim de agosto as autoridades do país europeu recusaram a entrada de 2.209 pessoas no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa – um aumento de 74% em relação aos primeiros oito meses de 2017, quando 1.269 estrangeiros foram barrados.

Os números referentes somente à capital portuguesa já superam neste ano os registrados no ano passado inteiro em todo o território nacional, que foram de 2.142 rejeições.

Entre os passageiros que não tiveram entrada autorizada, 74% eram brasileiros – ou 1.655 pessoas –, seguidos de angolanos, paraguaios, marroquinos e venezuelanos, num número consideravelmente menor. Isso quer dizer que, em média, mais de seis brasileiros foram barrados por dia em Portugal.

Em comparação, 1.336 brasileiros foram impedidos de entrar no país durante todo o ano de 2017, o que já representa um aumento de quase 24% somente nos oito primeiros meses de 2018. A mínima histórica foi em 2013, quando houve apenas 299 brasileiros recusados.

Segundo o “Expresso”, a chegada de cidadãos do Brasil a Portugal é facilitada pelos mais de trinta voos semanais que partem diretamente de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife.

As autoridades portuguesas suspeitam que, entre as multidões de turistas que chegam ao país, muitos estrangeiros se escondem sem pretensões de lazer, mas visando trabalhar e viver em território luso ou em outros países da Europa. Alguns deles viajam inclusive com documentos falsos.

Nos aeroportos, as principais causas para a recusa de estrangeiros são a ausência de visto válido ou adequado, bem como a incapacidade de provar condições de estadia no país – quando os passageiros, por exemplo, não apresentam reserva de hotel ou não possuem dinheiro suficiente (são requeridos no mínimo 40 euros, cerca de R$ 177, por dia de permanência).

O “Expresso” relata também outros critérios que intrigam as autoridades no controle de imigração dos aeroportos, como famílias com crianças que dizem viajar a turismo em pleno período de aulas ou homens casados que viajam de férias sem levar a família.

Após quedas sucessivas registradas desde o início da década, o interesse dos brasileiros em Portugal voltou a crescer no ano passado. Em 2017, 85 mil pessoas com essa cidadania viviam no país, o que corresponde a um aumento de 5,1% em comparação com 2016.

Os dados sobre a imigração brasileira, também do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras português, apontam que os brasileiros formam a maior comunidade estrangeira em Portugal, representando 20,3% dos 421.711 imigrantes registrados no país no ano passado.

Bem abaixo em segundo lugar estão os cidadãos de Cabo Verde, com cerca de 35 mil residentes em território português, o que significa menos da metade do número de brasileiros.


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