Em menos de 24 horas após ter dado entrada a primeira vez no PS, com vômito e diarreia, o menino veio a óbito.
Por G1 Santos
A família do pequeno Miguel Veríssimo da Silva Santos de apenas 3 anos está revoltada com morte precoce do garoto em Miracatu, no interior de São Paulo. Ele deu entrada, na última quinta-feira (2), no Pronto Socorro Municipal, com a garganta inflamada, vômito, diarreia e febre. No dia seguinte, o menino morreu. Os familiares alegam que houve negligência por parte da equipe médica.
Camila Veríssimo dos Santos, a tia do menino, disse que o Miguel acordou na quinta-feira com a garganta inflamada e vômito. “Por volta das 9h, minha irmã decidiu levá-lo ao Pronto Socorro de Miracatu. Lá, ele foi medicado e liberado para voltar para casa. Só que, quando chegou em casa, minha irmã relatou que ele piorou”.
Conforme informado por Camila, a mãe esperou até a noite para levá-lo até a unidade de saúde novamente. Ele foi atendido e tomou soro com um medicamento para enjoo e diarreia. “Ele começou a ficar sonolento e as horas foram passando. Eles (equipe médica) ainda queriam mandar meu sobrinho embora de novo”.
Por volta das 3h de sexta-feira (3), a tia que o pai do menino a blusa dele e percebeu que o menino estava com manchas vermelhas na pele. Segundo Camila, Miguel já não respondia, no entanto, ainda respirava. Ao notar isso, o pai ficou desesperado e acionou o médico, que optou por transferir o menino para o Hospital Regional de Registro.
“A equipe queria que só a minha irmã fosse na ambulância e não queria que meu cunhado também acompanhasse. A minha irmã contou que quando eles chegaram em Registro, o Miguel já estava bem desfalecido. Eles desceram a maca e o médico ainda bateu na perna dela e disse boa sorte”, afirma Camila.
A tia conta que a equipe médica tentou reanimar o garoto, mas não obteve sucesso. A família acusa a equipe médica do Pronto Socorro de Miracatu de negligência. “Era uma vida, uma criança que estava morrendo e ninguém fez nada. Não entendo porque o liberaram da primeira vez. Estamos muito tristes. Nada vai trazer meu sobrinho de volta, mas isso não vai ficar assim”.
A família fez um boletim de ocorrência no 2º DP de Registro. Segundo o documento, o garoto já chegou sem vida ao Hospital Regional de Registro, fato confirmado junto a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
A coordenadora do Pronto Socorro de Miracatu, Renata Cristina Sobral Braga. Ela disse que lamenta o ocorrido e que está muito abalada por causa da criança. “A família chegou relatando que o menino apresentava vômito e diarreia e foi tratado, medicado, teve melhora e voltou pra casa. À noite, eles voltaram, a criança foi medicada novamente e apresentou uma piora. Foi transferida com urgência pela Central de Vagas (Cross)”, afirma Renata.
Ela conta que está prestando toda a atenção à família e que farão a busca para saber se houve algum erro, no entanto, é preciso do resultado do laudo necroscópico, que será emitido pelo Instituto Médico Legal (IML). Caso seja constatado o erro, ela afirmou que serão tomadas medidas cabíveis para que o responsável seja punido.
“Um vômito e diarreia é raro evoluir para um óbito. Se for um erro nosso, o responsável será punido. Mas hoje, estamos dando o máximo que podemos. Enquanto não sair o resultado do IML, eu não tenho como achar o erro. Também enviaremos o prontuário para a comissão de ética de medicina verificar o que houve. Eu estou abalada e não queria que tivesse acontecido. Não quero que isso se repita”, lamentou.